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Vida automotiva inteligente é tema de fórum internacional

Há cerca de quinze
dias, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal apreendeu uma
Ferrari que carregava em seu prontuário nada menos que 52 infrações
por excesso de velocidade. A ocorrência de casos como esse ficará menos provável quando o Siniav, Sistema Nacional de Identificação
Automática de Veículos, estiver em operação. Ao passar por antenas em forma de portais, estrategicamente distribuídos pelas vias, carros com situação irregular serão identificados, agregando eficiência às buscas realizadas pelas autoridades de trânsito.
Programado para
entrar em funcionamento até junho de 2015, o Siniav é também
chamado de emplacamento eletrônico e, para o usuário, começa com a colocação de uma etiqueta com chip no vidro dos carros. O chip é semelhante àqueles
utilizados na saída de lojas para evitar furtos, baseados em
radiofrequência (RFID, sigla de Radiofrequency Identify).
Ao passarem por antenas
distribuídas pela cidade, os veículos emplacados eletronicamente
terão suas informações retransmitidas para os Detrans, tais como
placa, marca, ano, modelo. Ou seja, somente as informações
públicas. Já os dados como nome do proprietário e número do
Registro Nacional de Veículos (Renavan) não constarão da memória
deste chip.
Um sistema
identifica, o outro identifica e também monitora
Existe uma outra solução desenvolvida pelo Serpro para
o Denatran que pode conter essas informações particulares, que possibilitam monitoração de segurança: é o Simrav, ou Sistema Integrado de
Monitoramento e Registro Automático de Veículos. A implantação
desse sistema depende ainda de algumas definições legais, relativas
à salvaguarda de privacidade, já que com essa tecnologia é
possível não apenas saber onde o veículo passou, mas também
localizar onde ele está, e, se for o caso, acionar seu bloqueio.
Além dessas duas
diferenças entre Siniav e Simrav, o diretor de Desenvolvimento do Serpro, José Luiz Maio de
Aquino, distingue outros aspectos. “O Siniav será aplicado a toda
a frota de veículos já em circulação e utiliza a tecnologia
RFID. Já o Simrav será destinado apenas aos novos veículos,
utilizando os mesmos recursos e estruturas da telefonia móvel”,
explicou Aquino em palestra ontem, 2, no Fórum Internacional de
Inteligência Automotiva (FIIA).
"Será que esse carro foi roubado?"
Enquanto a função do Siniav é
aprimorar a gestão do trânsito, a implantação do Simrav permitirá
a monitoração voluntária, com vistas à preservação do
patrimônio, facilitando a recuperação de carros furtados e roubados. “Sistemas como esse vão mudando nosso dia a dia.
Basta citar que o Sinesp Cidadão, sistema desenvolvido pelo Serpro
que permite a checagem de carros furtados, já teve mais de um milhão
de downloads e 300 mil acessos. Esse sistema vem sendo responsável
pela recuperação de muitos bens. O cidadão percebe um carro parado
na sua rua por muitos dias, consulta o sistema, verifica que o
veículo é furtado e faz a notificação”, exemplifica Aquino.
Outras possibilidades de inteligência aplicada ao trânsito foram apresentados na primeira edição do FIIA. Novidades como a monitoração da frota de ônibus, de forma que usuários verifiquem em tempo real a aproximação de cada ônibus à próxima parada (e se ele vem lotado ou não); monitoração mais precisa do comportamento dos táxis nos horários de pico e a verificação prévia de vagas para estacionar nas vias públicas são possibilidades já estudadas para aplicação em Porto Alegre, segundo José Fortunati, prefeito da cidade e atual representante da Frente Nacional de Prefeitos.
“Quando se reflete
que a frota atual de veículos, considerando todos os tipos, está chegando a 80 milhões, fica evidente o
quanto é essencial pensar formas mais eficientes de gerenciar o
trânsito, principalmente nas grandes cidades”, destaca Mario Teza, coordenador do evento que ocorreu em Porto
Alegre.
“É de se esperar que em pouco tempo os gestores locais tenham meios de controlar melhor a ocorrência de congestionamentos,
monitorando os fluxos de via de acesso e redirecionando os condutores
para áreas menos concorridas. Por isso é tão importante que nos
reunamos e que troquemos informações sobre tecnologias e sistemas
como esse, que causam impacto positivo na vida das pessoas e qualificam a vida do cidadão”, enfatizou Marcos
Mazoni, diretor-presidente do Serpro.
Além da presença de Mazoni e do prefeito, a mesa de abertura, mediada por Mario Teza, contou também com a presença de Antonio Carlos Valente, presidente da Vivo; e Max Leite, diretor de Inovação da Intel do Brasil.