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Termina planejamento estratégico do Cisl
Terminou nesta quinta-feira, 11, o IV Planejamento Estratégico de Ações do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre do Governo Federal (Cisl). O encontro trouxe mais de cem representantes da sociedade civil, governo e academia para debater os rumos do software livre no Brasil. A discussão foi reunida em três grandes áreas de atuação: adoção do software livre, compartilhamento e colaboração, e sociedade e instituições de ensino. Um primeiro esboço do planejamento já pode ser acessado no Portal do Software Livre.
Participação
Para o professor da Universidade Federal do ABC Sérgio
Amadeu, a quarta edição do planejamento foi uma retomada
consciente e consistente da luta pelo software livre no país.
"E as soluções abertas trazem uma possibilidade
participativa que deveria estar presente em todas as políticas
públicas”, acrescentou o acadêmico, durante o encerramento do evento. Amadeu questionou, ainda, o sistema de patentes adotado
no Brasil que, em sua opinião, “restringe e bloqueia a pesquisa em
áreas diversas como software e biotecnologia”.
Já Nazaré Bretas, secretária-adjunta da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, fez uma retrospectiva do processo de adoção do software livre pelo governo brasileiro. “Dez anos após o primeiro plano, temos muito o que celebrar, mas permanecemos positivamente insatisfeitos”. A secretária também informou que o governo federal criou cargos de analista de TI, com formação em software livre. Esses servidores devem atuar como gestores em órgãos diversos da administração federal. A previsão é de que, até 2014, cerca de 800 desses profissionais estejam em atividade.
Cultura e
comportamento
O coordenador do Cisl e
diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, destacou os resultados
do trabalho colaborativo propiciado pelo encontro: “O planejamento
está dado, agora falta organizarmos a execução”. Mazoni anunciou
que um dos objetivos do comitê será a participação mais intensa
em comunidades externas. “Afinal, as comunidades livres são uma
meritocracia. Nossa lógica tem de ser a de contribuir, o que gera
respaldo e apoio por parte da sociedade”, considerou. Para o
coordenador, o debate tecnológico quanto ao uso das soluções
livres já estaria resolvido. O desafio, agora, seriam questões
culturais e de comportamento.
O secretário-adjunto do Cisl, Deivi Kuhn, destacou que o trabalho do comitê contribui para a criação de políticas públicas por parte do Estado. “Não é só mudar a tecnologia, mas fazer algo para transformar a sociedade”, avalia. Para Kuhn, o planejamento marcou o refortalecimento das ações de promoção do software livre, em especial no setor público. "O evento fortalece o trabalho colaborativo e quebra os compartimentos estanques entre os diversos órgãos de governo”, concluiu.