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Telecentros economizam R$ 5 mi em licenças

A sustentabilidade dentro do modelo de telecentros do Serpro foi tema da palestra proferida pelo gerente do departamento de Inclusão Digital do Serpro, Luiz Cláudio Mesquita, na tarde da última quarta-feira, durante o 2º Fórum Brasil-Amazônia de TIC, que ocorreu dias 16 e 17, em Belém/PA.
Entre os dados apresentados, um dos mais relevantes aponta que seriam necessários R$ 5 milhões de reais, somente em licenças, para manter os atuais 471 telecentros equipados pela empresa.
Mesquita iniciou sua palestra exibindo um vídeo no qual mostra a realidade de um menino da tribo tupinambá, do sul da Bahia, que vive em situação de risco social. Destacou a linha tênue entre a exclusão social e a delinquência, apresentando a inclusão sociodigital como uma ferramenta de contenção da migração dos que vivem à margem da sociedade para o crime.
Ao abordar as implicações geradas pelas alterações no perfil do usuário de internet e computador, Mesquita falou do papel social dos telecentros e apresentou os principais projetos desenvolvidos pelo Programa Serpro de Inclusão Digital, destacando o Espaço Serpro Cidadão, Escola de Inclusão Sociodigital, Telecentros e o Rede Brasil Digital. Falou da importância do espaço Serpro Cidadão e a sua atuação junto às comunidades no entorno das regionais, que, em sua maioria, são cercadas por vizinhança carente.
Segundo Mesquita, até chegar à fase atual, a inclusão sociodigital passou por outros dois momentos. A primeira fase foi a instalação desenfreada de telecentros, ocasionada pela carência desses espaços no Brasil. A segunda foi a democratização do acesso aos computadores, fruto do barateamento das máquinas e do acesso à internet, e, por último, a mais importante na visão do gestor, a fase da sustentabilidade dos telecentros, feita por meio de capacitação.
De acordo com Mesquita, nesse novo cenário, não basta somente levar o acesso às comunidades, é necessário prover meios de que os usuários se autodesenvolvam a partir do fornecimento de conteúdos. “A empresa deve levar cursos aos telecentros, sendo esse, a partir de agora, o principal campo de atuação do Programa de Inclusão Digital do Serpro” explica.
Marajó: telecentro viabilizou Território da Cidadania
Um bom exemplo do sucesso desse modelo é o
telecentro de São Sebastião da Boa Vista, na Ilha do Marajó, no
Pará, que teve papel decisivo no progresso social daquela
comunidade. O sucesso da implantação foi tamanho que viabilizou a
criação do Território da Cidadania do Marajó, projeto do
Ministério do Desenvolvimento Agrário que leva acesso à internet
às comunidades ribeirinhas do município.
A comunidade conta ainda com equipamentos de projeção de filmes, entregues pelo projeto Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura, e uma biblioteca com livros do Programa Arca das Letras. Tudo isso fez com que a localidade se tornasse um ponto de convergência das comunidades próximas, que têm São Sebastião da Boa Vista como referência quando o assunto é “serviços ao cidadão”, uma prova do legado deixado pelos programas de inclusão sociodigital.