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Tecnologia é ponte entre governo e cidadão
O debate, realizado na tarde do último dia do Consegi, foi coordenado pelo diretor de Operações do Serpro, Nivaldo Venâncio da Cunha e reuniu o diretor do Campus Party Brasil, Marcelo Branco, o coordenador do Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento - CDTC, Djalma Valois, o secretário-executivo da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e Ezequiel Nascimento, secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego.
Governo interativo
Segundo Branco, vivemos um período de transição da era industrial para uma realidade marcada pelas sociedades em rede. Suas principais características são: a flexibilidade, com compartilhamentos de outros espaços que não o físico; a horizontalidade, representada pelo enfraquecimento de hierarquias; e a interconexão, que se dá quando o fluxo de informações deixa de ser unilateral para tornar-se multidimensional. "A Internet não é apenas uma revolução tecnológica, mas, antes de tudo, uma revolução social", afirmou. Para ele, os governos têm de utilizar meios para estabelecer um relacionamento direto com um público de nível global. Um exemplo seria o site da administração Obama nos Estados Unidos, que se utiliza de blogs interativos como Twitter, Facebook e MySpace, pedindo aos usuários que "não apenas comentem projetos governamentais acabados, mas apresentem novas ideias".
Djalma Valois, um dos fundadores do movimento de software livre no Brasil, relatou algumas das experiências do CDTC na difusão de conhecimento técnico pela Internet. Segundo Djalma, o centro já concluiu 260 cursos com quase 60 mil pessoas beneficiadas. A cada semana, são oferecidas 60 novas turmas com cinco mil novos alunos matriculados. O CDTC pretende, ainda, construir uma radioweb que transmitirá programas da Embrapa com informações técnicas para pequenos produtores rurais. Um outro projeto interessante é a criação de um metaverso, uma espécie de Second Life desenvolvido com software livre, que será usado em projetos de educação e, no futuro, para o atendimento ao cidadão em repartições públicas virtuais.
O secretário Ezequiel Nacimento afirmou que o Ministério do Trabalho estuda parcerias com o CDTC, já que o governo "precisa urgentemente" dessas ferramentas de gestão. Ricardo Collar, da EBC, afirmou que a empresa enfrenta o desafio de criar uma TV pública não-estatal, representativa dos diversos setores da sociedade. A EBC, que surgiu da incorporação da Radiobrás e da antiga Fundação Roquete Pinto, aposta no uso do software livre e na convergência entre TV, rádio, agência de notícias e internet.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 28 de agosto de 2009