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Soluções em código aberto podem ampliar empregos
Fãs de Jon “Maddog” Hall, diretorpresidente da Linux International, tiveram, na semana passada, uma oportunidade inédita: a de assistir a uma palestra proferida por ele em Salvador – e, de quebra, conversar pessoalmente e tirar fotos ao lado dele.
Hall, um dos maiores disseminadores do conceito da tecnologia Open Source (código aberto), era uma das presenças mais esperadas no Free Software Bahia 2009 – Congresso Internacional de Software Livre, realizado nas últimas quinta e sexta-feira, na unidade Cabula da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Paralelamente, outros dois eventos que abordaram o tema aconteceram: o III Encontro Nordestino de Software Livre e o IV Festival Software Livre da Bahia, ambos coordenados pelo professor Alexandro Silva, da UniJorge, em Salvador.
Foi a primeira vez que um evento desse porte – patrocinado pela Oracle, Serpro e Unisys, com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado – foi realizado em solo baiano.
“O meu grande desejo é levar a internet livre para o mundo inteiro”, afirmou, em entrevista, o guru do software livre, que trabalha com sistemas de código aberto desde o ano de 1969.
Hall sinaliza que qualquer pessoa, e não somente uma grande empresa, deve ganhar dinheiro com a criação de softwares.
De acordo com ele, o Brasil pirateia 85% de seus softwares.
Mesmo assim, lucra nada menos que US$ 1 bilhão com a venda desses programas.
“O Hélio (apontando para um jovem entusiasta do tema que assistia à entrevista) também gostaria de fazer software e de ser pago por isso”, brincou, enquanto uma legião de fãs permanecia atenta às suas palavras.
“Maddog”, como costuma ser chamado, ressaltou que boa parte dos softwares proprietários desenvolvidos não atende à necessidade da população de forma satisfatória. “É um prejuízo de US$ 5 bilhões. Com o software livre, essa perda seria de US$ 2 biparticipou, na última quarta-feira, de uma conferência internacional promovida pela coordenação de Graduação Tecnológica em Redes de Computadores do Centro Universitário Jorge Amado (UniJorge).
Emprego
Ampliar as oportunidades de emprego no Brasil é um dos principais objetivos – para não dizer desafios – de “Maddog”.
E ele aposta que o projeto Thin Clients é capaz de possibilitar oportunidades de emprego para muitos brasileiros.
Os thin clients são pequenas caixinhas que possibilitam a conexão de um monitor, teclado, mouse, fones de ouvido e periféricos USB a um custo muito menor do que um PC.
As caixinhas cabem na palma da mão e possuem memória RAM e um HD. O nível de ruído e o consumo de energia são tão baixos que o dispositivo pode ficar ligado 24 horas por dia.
Mas, sozinho, o equipamento não faz nada. Através de um único servidor, podem ser conectados diversos thin clients, de modo que diferentes aplicações possam ser executadas.
A ideia de “Maddog” é que os thin clients propiciem a inclusão digital. Por exemplo: escolas estaduais, em vez de microcomputadores, poderiam usar esses dispositivos.
Está na mão de empreendedores, portanto, o desenvolvimento desse tipo de solução e os negócios ao redor.
Presente ao evento, a Unisys é uma das empresas que já criaram servidores para thin clients. “As pessoas têm dificuldades de instalar, consertar e limpar vírus.
Usar o dispositivo e poder contar com um servidor para gerenciar tudo é uma excelente alternativa”, diz Agostinho Rocha, vicepresidente de Sistemas e Tecnologia da empresa.
A Tarde, Rodrigo Vilas Bôas, 3 de junho de 2009