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Serpro leva robótica livre para escolas gaúchas
Concretizando acordo firmado no VI Consegi, congresso realizado pelo Serpro em 2013, profissionais uruguaios vem recebendo suporte para implantar a suíte de comunicação Expresso nos órgãos de governo do país. Os representantes da estatal Antel e do Ministério de Relações Exteriores do país vizinho já tiveram encontros de trabalho em duas oportunidades com os técnicos do Serpro e a implantação do e-mail seguro adotado pelo governo brasileiro segue seu curso.
Em contrapartida, escolas brasileiras recebem tecnologia livre desenvolvida pelos uruguaios na área de hardware livre. O resultado, por aqui, já começou a virar realidade para quem mais interessa: estudantes brasileiros, que estão tendo oportunidade de entrar em contato com a robótica livre.
No último Fórum Internacional de Software Livre (Fisl 15), realizado no início deste mês, as atividades de robótica promovidas pelo Serpro foram sucesso de público: “Em uma das oficinas havia mais de 70 participantes entre professores, estudantes e entusiastas da robótica livre. Muitos acompanharam toda a atividade de pé, mas ainda assim permaneceram até o final”, comemora Paulo Bairros, assessor da diretoria do Serpro, responsável pelo projeto.
Entre os participantes das oficinas e palestras, estavam representantes de todos os Núcleos de Tecnologia Educacional do Rio Grande do Sul (NTEs) e dos Núcleos de Tecnologia Municipal (NTMs) das cidades de Bagé e Novo Hamburgo, para os quais foram apresentados princípios do hardware livre e de sua programação.
Cada NTE tem como missão oferecer aprimoramento a professores de escolas estaduais que, por sua vez, têm de cinco a mais de 30 municípios sob sua responsabilidade. A capacitação de profissionais desse núcleo gera um efeito multiplicador, de acordo com Maria Lúcia Carneiro, coordenadora do Província de São Pedro, projeto que visa a distribuição de um computador por aluno e por professor no interior do Rio Grande do Sul, e profissional técnica de um dos NTEs.
Alternativa 3D
Além do conhecimento
teórico, a parceria entre Serpro e Uruguai também promoveu a distribuição de
10 kits Butiá para os NTEs do Rio Grande do Sul, sendo que dois
deles serão compartilhados entre vários núcleos. A distribuição
desses kits será realizada por meio de eventos que acontecem até o
fim do ano no interior do Estado. “Cada kit é composto pelo
robô, que tem duas rodas motorizadas. Conforme você programa,
os motores são acionados para gerar movimento para frente, para
trás, rotacionar. Sensores de detecção de luminosidade
possibilitam que o robô calcule a distância de outros objetos. Dá
para fazer bastante coisa”, explica Bairros.
A partir do compartilhamento de como fazer os robôs, proporcionado pela Antel e viabilizado pelos eventos do Serpro, a ideia é que as escolas gaúchas produzam seus próprios hardwares. Durante o Fisl 15, o estande do Serpro recebeu a colaboração de Cícero Morais, especialista em modelagem 3D no software Blender, que proferiu palestra sobre transformação de modelo 2D para 3D. Peças do Butiá serviram como arquivos modelo e foram feitas em impressora 3D.
Na tarde de hoje, 26, equipe de educadores do Estado (foto) recebeu os kits Butiá que serão usados por professores e estudantes gaúchos.
“A Universidade de Montevidéu criou esse kit de robótica, o
Butiá, e a Antel patrocina o projeto, para que seja difundido em
todas as escolas do Uruguai. A previsão, por lá, é de construir
mil kits este ano”, informa Paulo Bairros. O equipamento para
preparar o kit elaborado pelos uruguaios é de alta tecnologia.
“Para o corte de acrílico da montagem de peças é preciso utilizar um equipamento chamado Router CNC que faz o corte a laser. O problema estava no custo desse equipamento, que está em torno de vinte e sete mil reais”, explica Bairros. Por conta disso, o Serpro procurou alternativas que viabilizassem o projeto, começando pelo empréstimo de uma impressora 3D de propriedade da Associação de Software Livre, utilizada no Fisl. O acerto da experiência entusiasmou não só os educadores brasileiros, mas também a equipe do Uruguai, pois uma impressora 3D pode ser adquirida atualmente por cerca de três mil reais.
Para Sady Jacques, assessor da diretoria do Serpro, a continuidade do programa nas escolas do Estado pode inspirar uma ampliação para todo o país. "Inovação é essencial para todas as áreas e as práticas de robótica incentivam o desenvolvimento de raciocínio lógico. É uma atividade altamente transformadora, que será útli independente da área a que os estudantes se dediquem na vida adulta", concluiu.