General
Mineradores de dados

Terminou nesta semana, dia 1º, na regional Belo Horizonte do Serpro, o segundo módulo do curso de formação de disseminadores de práticas e técnicas de mineração de dados escalável, com empregados de todo o país. O evento faz parte da etapa de transferência de conhecimento prevista no convênio para pesquisa aplicada em mineração de dados para e-Gov, firmado entre Serpro e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2011.
Nessa primeira etapa, os empregados foram motivados a aplicar técnicas de mineração em bases de dados reais da empresa. Os resultados desse trabalho foram apresentados nos três últimos dias, como parte da programação de encerramento do curso.
Na avaliação de Carlos Alberto Moreira Guedes, da Coordenação Regional de Tecnologia de Belo Horizonte (Cetec), o evento foi um sucesso. "A assimilação do conhecimento foi tão boa que nos estimula a avançar com a pesquisa e a difusão dessa inteligência dentro da empresa. Isso ficou claramente demonstrado nas apresentações dos alunos", destaca.
Guedes informa que o trabalho de formação continua através da escola virtual da UniSerpro e que a estratégia de disseminação desse conhecimento poderá incluir ainda novas etapas de formação presencial na universidade. Segundo ele, o objetivo da empresa é popularizar práticas de mineração de dados em seu cotidiano, ampliando as fronteiras dos serviços oferecidos pelo Serpro ao Estado brasileiro. "Mais do que a prática de extrair a informação de grandes bancos de dados, a mineração de dados inclui um conjunto de procedimentos e técnicas que transformam a informação bruta em algo novo, em conhecimento", explica.
Curadoria de Dados
Na ocasião, os alunos acompanharam palestra de Gustavo da Gama Torres, da Coordenação de Pesquisa Aplicada em Computação da Cetec, que falou sobre as possibilidades que a mineração de dados abre para o Serpro. Para ele a inovação pode gerar uma nova fonte de renda para a empresa, que passaria a explorar um leque de serviços compreendidos pela "curadoria de dados", ou seja, por um lado a seleção, preservação, manutenção, coleção e arquivamento de ativos ou dados digitais, e por outro o conjunto de técnicas e ferramentas para a prática da mineração desses dados. "Essa é a proposição que deixamos a vocês. Precisamos aprender a caminhar nesses domínios, a formatar esses serviços. Essas questões devem ser trabalhadas agora num sentido pragmático em suas áreas de trabalho", orientou Gustavo.
Mineração de dados escalável
O professor Wagner Meira Junior, coordenador da pesquisa pela UFMG, também se apresentou durante o encerramento do curso, quando fez um resumo dos pontos importantes em mineração de dados escalável. O pesquisador destacou a necessidade de adoção de metologia própria para compor um processo corporativo de mineração de dados, contemplando os domínios aplicação, modelagem, algoritmos e sistemas, nas dimensões relevância, expressividade de modelos, utilidade de padrões e escalabilidade. Meira exibiu alguns exemplos, incluindo modelos de grafos complexos, algoritmos para mineração de padrões de correlação estrutural, suporte à execução paralela e aplicações em análise de sentimentos, todos usados no contexto do Observatório da Web, um conjunto de aplicações para mineração em tempo real de dados coletados da web nos mais diversos domínios. O professor ainda destacou a necessidade de dimensionamento flexível de infraestrutura para acomodação de aplicações de inteligência e abordou mecanismos de transferência de tecnologia como estas para empresas.
Apresentações
De acordo com Guedes, o evento de encerramento do segundo módulo do curso de formação de disseminadores de práticas e técnicas de mineração de dados escalável, incluindo as apresentações dos projetos desenvolvidos pelos participantes, foi registrado em vídeo e em breve estará disponível no ambiente virtual da UniSerpro.