General
O Serpro e o software livre

Era o final do anos 1990 e as novidades tecnológicas despontavam para o compartilhamento público de linhas de código como forma de melhorar as soluções e expandir os programas. Crescia o movimento software livre, no qual o Serpro ingressou e hoje é realidade em todos os setores da empresa.
"Em 1998 começamos a prospectar, a analisar o que tinha disponível. Alguns por ideologia mesmo, outros porque enxergavam o impacto financeiro sobre as contas da empresa. Mas em comum a questão da segurança e autonomia do Serpro sobre as soluções", relembra Paulo Arruda, que fez parte desse grupo inicial de prospecção, na Regional Recife. "O primeiro resultado concreto foi a implantação da suíte de escritório OpenOfficce, atual LibreOffice, em 2003. A partir daí, só aumentou o número de soluções e produtos usados", completa Arruda.
A adoção de programas de código aberto está em consonância com as orientações do Governo Federal, que enxerga na ação a independência tecnológica, segurança e a produtividade do trabalho colaborativo. Esses benefícios fazem do Serpro usuário e incentivador das soluções livres.
Um dos primeiros passos para acelerar a aderência a essa filosofia foi a criação do Programa Serpro de Software Livre (PSSL). Nos últimos anos, a empresa intensificou o relacionamento com as comunidades e novas soluções foram aprimoradas e devolvidas para a sociedade: Expresso, Demoiselle e Oryx, entre outras. Sem contar as soluções próprias, como a Rede Local Software Livre (RLSL) e o Serviço de Broadcasting (Babassu).
Hoje as tecnologias livres permitem à empresa investir nas melhores soluções para suas demandas, mesmo que estas não estejam aqui. Se as melhores perspectivas estão em uma comunidade, o Serpro pode ir até ela. Por um lado, a empresa se beneficia da inteligência coletiva e, por outro, enriquece o trabalho colaborativo, devolvendo às comunidades melhorias que seu corpo técnico tem condições de desenvolver. Serviços estruturadores da empresa, como o de rede local, já estão em software livre e as migrações nos clientes estão em fase avançada. Em diferentes áreas do Serpro é possível reconhecer a rica contribuição dada pela filosofia livre aos processos internos.
Difícil eleger um destaque nestes 10 anos
Para o empregado José Edson Marinho, da Supcd, as contribuições neste campo foram tantas que fica difícil enumerar uma em especial. "Os sistemas que estão sendo produzidos em software livre no Serpro proveram e continuam a prover economia de escala e ganho de conhecimento para nossas equipes", pontua. Segundo ele, notáveis exemplos seriam a solução de Virtualização de Servidores, a solução de Inventário e Distribuição de Software, Voz Livre (VOIP) e Expresso, dentre outros.
Na Supop, a opinião é ampla como sua atuação em todas as regionais do Serpro. Para Antônio Carlos Macedo, da área de Operações em Salvador, a Videoconferência foi importantíssima, mas a empresa chegou a um patamar no qual não existe apenas uma solução que possa ser considerada importante. Na opinião de Clarice Araújo, de Porto Alegre, e Paulo Arruda, de Recife, a Rede Local em Software Livre merece destaque. Clarice também cita, junto com Antônio Damasceno, de São Paulo, e Renato Marques, de Florianópolis, o Expresso.
A ferramenta de comunicação livre do Serpro também conquistou o primeiro lugar na preferência de empregados na Supcd. E de acordo com Charles Morais Magalhães, outra referência é o Simba. "Um projeto interessante da Supcd em software livre é o Sistema Integrado de Manutenção de Backup (Simba), que integra diversas ferramentas utilizadas para gerência dos centros de dados e padroniza a execução do backup nos centros de dados de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro", explica Charles.
Série de reportagensPara recontar a história do software livre no Serpro e compartilhar com o corpo funcional a relevância das plataformas abertas na empresa, começa aqui uma série de reportagens especiais. Semanalmente, serão publicadas matérias no Portal Serpro para destacar produtos e soluções livres, além de inovações de governo eletrônico, como o Siconv (Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal), o Passaporte Brasileiro e o Porto Sem Papel. E, claro, sem esquecer das plataformas Demoiselle, Farol, e-Car, Liane TTS e Sagui, dentre outras.
Acompanhe a série e relembre porque o Serpro optou pela segurança, confiabilidade e autonomia das soluções livres para continuar sendo a maior empresa pública de tecnologia da América Latina.