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Serpro debate sustentabilidade das cidades digitais
Sustentabilidade das cidades digitais. Essa foi a principal preocupação manifestada no debate sobre o tema ocorrido ontem, na 12ª Oficina para Inclusão Digital e Participação Social. A discussão reuniu representantes do Serpro, Instituto Bem Estar Brasil e Secretaria de Inclusão Digital, em Brasília.
O Programa Cidades Digitais tem como objetivo modernizar a gestão e o acesso aos serviços públicos nos municípios brasileiros. Para isso são oferecidos infraestrutura de rede e serviços de e-gov, com aplicativos nas áreas financeira, tributação, educação e saúde. Tudo isso com a segurança do ambiente e armazenamento garantidos pelo Serpro. Mais de quatrocentas cidades brasileiras já foram beneficiadas e outras oitenta estão com o programa em fase de implantação.
Com o sucesso da iniciativa, o desafio é que as cidades beneficiadas consigam manter os serviços sem a ajuda do governo federal. Para isso, Marcelo Saldanha, presidente da ONG Instituto Bem Estar Brasil, considera necessária a criação de estruturas de gestão participativa nos conselhos municipais. “O programa não pode ficar dependente de um governo específico, mas se tornar uma política de Estado”, ponderou.
Saldanha avaliou ainda que o acesso à internet deixou de ser apenas a prestação de um serviço. “Já se tornou uma espécie de direito fundamental do cidadão, mesmo que ainda não previsto pelo texto constitucional”. Por sua vez, Diego Aguilera, coordenador de programas da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, destacou que a inclusão digital não pode ser um programa concebido isoladamente. “Na verdade, estamos falando de uma cadeia de inclusões, não adianta garantir conexão para quem está desempregado”, afirmou.
Marcos Melo, coordenador estratégico de ações governamentais do Serpro, manifestou o mesmo tipo de preocupação. “Há aqueles que consideram o desafio da inclusão digital no Brasil como algo resolvido, mas ainda há muito o que avançar”, alertou Melo. Para ele, a experiência de uma década do Serpro com telecentros demonstra as dificuldades de se garantir a sustentabilidade, em médio e longo prazo, desse tipo de iniciativa. No caso dos telecentros, algumas medidas já estão sendo tomadas. Dentre elas está a criação de um serviço 0800, que começará a funcionar em janeiro, para que os gestores locais resolvam suas dúvidas.
O segundo dia da Oficina para Inclusão Digital terminou com uma palestra sobre a Escola Sociodigital do Serpro. Carlos Henrique Machado, da Regional Rio de Janeiro, apresentou o programa que oferece aprendizado a distância e que já conta com oito mil alunos inscritos em todo o país.