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Sagui: tecnologia Serpro disponível para a comunidade
O Sagui, Sistema de Apoio à Gestão Unificada de Informações, é conhecido como o projeto de um homem só, já que foi desenvolvido, em 2005, pelo então recém-contratado analista João Bosco Junior, que criou o sistema apoiado pela equipe do CEUL, Centro de Especialização Linux e Unix do Serpro. A solução surgiu devido ao avanço do uso do GNU/Linux na empresa, automatizando as atividades de instalação, customização, atualização, correção e monitoramento das estações de trabalho e servidores.
O lançamento do Sagui ocorreu em 2008, no 9º Fórum Internacional de Software Livre (FISL), e a ferramenta se tornou primeiro sistema desenvolvido pelo Serpro a ser disponibilizado no Portal do Software Público. De maneira geral, o Sagui ajuda os administradores a fazerem o gerenciamento dos computadores da empresa, evitando o atendimento on-site cada vez que seja necessário efetuar uma operação de instalação ou correção nas estações de rede. Atualmente, o Sagui trabalha gerenciando mais de quatro mil estações e mais de 150 servidores.
O sistema utiliza tecnologias livres amplamente difundidas como PHP, banco de dados Postgresql e cliente Shell Script. Bosco fez um breve retrospecto, explicando o contexto para o surgimento do software, a partir da implantação do GNU/Linux no Serpro.
Antes do Sagui
Segundo Bosco, desde 1999, o CEUL vinha estudando o sistema operacional GNU/Linux como opção para servidores e estações de trabalho. Em 2004, com os novos direcionamentos de governo para Software Livre, o Serpro decidiu implantar o GNU/Linux nas estações de trabalho. A decisão de migrar as estações para GNU/Linux demandava uma grande quantidade de mão de obra qualificada, que ainda não estava disponível tanto no mercado, como entre o corpo funcional do Serpro.
A estratégia adotada foi tornar o processo de instalação totalmente automatizado através de scripts. Esse processo previa o cadastro de informações de cada regional num arquivo texto, baseado na informação de IP e nessas informações cadastradas. Os scripts de instalação determinavam os parâmetros de configuração da regional específica. Ao fim do processo de instalação, a estação de trabalho estava pronta para uso.
No ano seguinte, explica Bosco, o Serpro definiu como meta empresarial que um determinado número de estações por regional teria que migrar para o novo sistema. Dessa forma, era necessário acompanhar estes números. Por isso, a equipe do CEUL criou mais um conjunto de Scripts para coleta de dados das estações de trabalho. Os dados coletados eram enviados para um servidor e sumarizados para posterior divulgação. Esses scripts ficavam embarcados na estação de trabalho.
De acordo com ele, logo se percebeu a necessidade de corrigir as configurações e softwares instalados na estação de trabalho. Muitas vezes, a correção só era necessária em um conjunto de regionais. Para resolver esse problema, o CEUL criou outro conjunto de Scripts, conhecidos como patches, que ficavam em um servidor Web e eram baixados pela estação de trabalho durante o processo de inicialização. Foram confeccionados outros scripts para a atualização de softwares no Linux.
A invenção do Sagui
Diante destas atividades, o volume de scripts cresceu muito, tornando inviável o gerenciamento desta infraestrutura. O Sagui nasceu para ser um banco de dados de scripts versionados e com os autores devidamente identificados, no qual era possível também armazenar informações sobre as regionais e instalações de GNU/Linux ocorridas tanto em estações de trabalho como em servidores GNU/Linux. Os scripts são categorizados em: Correção, Instalação e Coleta.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 27 de setembro de 2011