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Tecnologia aberta
Projeto Cauã é apresentado no Fórum Espírito Livre

Jon Maddog Hall apresentou o Projeto Cauã
Foram abertos, na manhã desta terça-feira, no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), em Belém, o 9º Fórum Espírito Livre. Pela primeira vez realizado fora do Estado do Espírito Santo, o evento se propõe a ser um espaço de discussão técnica, política e social sobre tecnologia, software livre e tecnologias abertas. De acordo com o editor da revista Espírito Livre e idealizador do evento, João Fernando Costa Júnior, a ideia é levar a iniciativa para fora do eixo Rio-São Paulo como forma de democratizar o acesso às tecnologias livres.
Para ele, essa universalização da informação colabora com a inserção social das pessoas. “O que queremos é empoderar o cidadão com ferramentas suficientes para que ele possa exercer a cidadania em toda sua plenitude”, disse. João Fernando acredita que, somente com a compreensão de que o software livre não é só uma ferramenta, e sim uma política de independência tecnológica isso será possível. “De um lado, você tem o software proprietário, que te escraviza, e do outro, os padrões abertos que te abrem possibilidades”, concluiu. O evento contou com patrocínio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que tem como um dos seus valores a promoção do software livre.
Projeto Cauã
Ainda pela manhã, o diretor executivo da Linux International, Jon Maddog Hall, apresentou o Projeto Cauã, cuja proposta principal é criar milhões de novos empregos por meio de desenvolvimento de soluções e prestação de serviços de suporte com software e hardware livres. “O Projeto Cauã visa criar empregos. Muitas pessoas da área de computação podem se tornar empreendedoras se forem treinadas, desenvolvendo sistemas de entretenimento ou de segurança residencial por preços bem sugestivos”, explicou.
A ideia de Maddog é atingir o mercado das pequenas e médias empresas, que, segundo ele, representam 86% do total de empresas em funcionamento. O projeto prevê que esses milhares de novos empreendedores de tecnologia, formados, em sua maioria, por estudantes de computação, possam prestar serviço de suporte direto às pequenas e médias empresas. Cada um desses empreendedores de tecnologia seria o dono do seu próprio negócio e trabalharia sozinho, sem empregados, burocracia e embaraços legais.
Dessa forma, cria-se um negócio de baixo custo, investimento reduzido e alta viabilidade. “Para o estudante é uma oportunidade de frequentar as aulas e de trabalhar em casa”, disse Maddog. Essas pequenas empresas de TI desenvolveriam sistemas e executariam serviços por meio de contratos de prestação de serviço, sem vínculos mais complexos de trabalho.
Maddog finalizou sua palestra com um apelo tocante e divertido: “Queremos que os estudantes de computação trabalhem com computadores e não fritando hambugueres no Mc Donald's”.