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Orçamento familiar: planejar para não faltar

Evento realizado hoje, 16, na regional Belo Horizonte, recebeu o advogado Marcelo Rodrigo Barbosa, coordenador do Procon da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais desde 2001. Transmitida para todo o Brasil, a palestra faz parte de uma série programada para o Módulo Orientação das Ações de Preparação para a Aposentadoria (MO-APA).
Com a experiência de quem trabalha no Procon há mais de dez anos e lida diariamente com pessoas que enfrentam todos os tipos de problemas relacionados a questões de consumo e finanças, Marcelo destacou a importância do planejamento do orçamento familiar como um dos pilares da tranquilidade e bem estar na vida.
"Uma vida de qualidade está baseada na saúde física e mental, ambas influenciadas pela saúde financeira. E eu falo o que vejo todos os dias. As pessoas estão sofrendo por causa de problemas financeiros. Adoecendo mesmo. Por isso é preciso entender e reconhecer o problema, os primeiros passos para se buscar uma solução", disse.
De acordo com Marcelo, o início desse trabalho é mais simples do que se poderia imaginar e produz resultados muito significativos. "A primeira coisa é fazer o diagnóstico. Temos que colocar no papel todos os gastos que vamos ter no mês que começa. Depois verificamos o contracheque para fazer o batimento entre os valores. Se o saldo for positivo, parabéns, você está em equilíbrio financeiro. Se o saldo for negativo, você pode estar entrando num processo de endividamento", apontou. Consumo desnecessário, incapacidade financeira e a falta de planejamento do orçamento são, segundo ele, as principais causas desse eventual desequilíbrio.
Para
quem está no vermelho, o coordenador do Procon Assembleia indicou que a
solução está no exercício de dois verbos - enxugar ou eliminar - sempre
em diálogo aberto com todos os envolvidos, pois cada núcleo familiar
possui seus valores e poderá definir com mais acerto uma ordem de
prioridade nesses cortes. Outro problema de quem está em desequilíbrio
são as dívidas. Segundo Marcelo, além do controle dos gastos, a
renegociação dos débitos é crucial para o restabelecimento da saúde
financeira. "E os Procons de todo o país estão prontos para ajudar o
consumidor nesse processo", lembrou.
Dinheiro fácil tem um alto preço
Marcelo
abordou ainda a questão do crédito que, para ele, só deve ser usado em
última instância. "Os juros bancários baixaram muito, mas o cuidado
ainda deve ser redobrado. Procure sempre as instituições oficiais.
Entenda as metodologias de cada modalidade oferecida. Não se deixe levar
pelo crédito fácil. Cheque especial e cartão de crédito nem devem ser
considerados, pois são abusivos frente a outras modalidades, como o
crédito consignado ou o direto. É preciso entender o empréstimo para que
ele seja usado de forma consciente e a favor do consumidor", completou.
O coordenador do Procon finalizou sua apresentação citando Tim Jackson, professor de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Surrey, na Inglaterra. Uma frase que, segundo Marcelo, indica uma saída para processos de degradação financeira e faz uma significativa reflexão sobre nosso tempo e sociedade: "Os dias de gastar dinheiro que não temos, em coisas das quais não precisamos, para impressionar as pessoas com as quais não nos importamos, chegaram ao fim".