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Dia 8 de março
Serpro incentiva reflexão sobre condição da mulher

Desconstruir estereótipos relacionados ao gênero feminino e fomentar o debate construtivo é o mote que o Serpro adota neste mês a partir da referência ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Para estimular a reflexão, a empresa promove campanha com série de reportagens e ações para redes sociais.
"Entendemos que combater o machismo é uma função social de todas as empresas, da qual o Serpro não se exime. Comemorar essa data tem o sentido de 'lembrar junto', pensando nos desafios que ainda temos para conquistar uma equidade real”, declara Sara Lustosa, do Comitê Gestor do Programa Serpro de Equidade de Gênero e Raça (PSEG). Para impulsionar o debate, a Coordenação Estratégica de Comunicação Social (Cecom) apresenta considerações com base em recentes pesquisas e estudos acadêmicos sobre as principais temáticas que envolvem a mulher.
Elas ainda são minoria na área de TI
Apesar do aumento da participação da mulher no mercado de trabalho em geral, os cursos de graduação ligados a engenharia, tecnologia, indústria e computação ainda são majoritariamente frequentados por homens. Na área de ciência de computação, apenas 20% são mulheres. Estudos apontam que o modo como a educação se constrói ainda estimula mais os meninos a se saírem bem em matemática e ciências. Os garotos também são mais incentivados a ocupar tempo com games e brinquedos educativos voltados para construção de coisas e tecnologia. Nas gerações anteriores, que moldaram os adultos de hoje, essas características eram ainda mais acentuadas.
Outros motivos que contribuem para o menor número de mulheres em uma área dominada por homens são a perspectiva de sofrer discriminação de gênero e a própria noção de que exercer uma profissão tida como própria “de homem” fará da mulher “menos mulher”. Para se contrapor a essa percepção e destacar mulheres realizadoras em TI, numerosos movimentos tem despontado no Brasil e no exterior como Mulheres na tecnologia e Rails Girls.
Elas ainda são identificadas com candura e fragilidade
A ideia de que mulheres são naturalmente mais emocionais já teve respaldo até da ciência, no modelo que identificava o lado esquerdo do cérebro com qualidades ligadas à razão, e o direito à emoção – e a interpretação de que homens teriam um lado esquerdo mais usado. Isso ocorreu no final de 1800. Hoje a neurociência já tem parâmetros para desbancar esse mito persistente, como aponta um estudo recente com mil participantes realizado na Universidade de Utah. A pesquisa demonstra que tanto mulheres quanto homens, de diferentes perfis, utilizam os dois hemisférios cerebrais, sem predominância por um lado ou outro. As mulheres expressam mais suas emoções e têm "permissão" para chorar, mas essa distinção é construída socialmente, ao se dividir desde a infância comportamentos entre “coisa de homem” ou “coisa de mulher”. Para os estudiosos de gênero, o comportamento adulto é influenciado pela reprodução de estereótipos frequentemente repetidos, que apontam um homem como “menos homem” quando chora, por exemplo, ou uma mullher como pouco feminina quando se mostra firmemente assertiva.
Elas ainda recebem salários proporcionalmente menores
Pesquisa realizada pela empresa Michael Page, umas das referências no mercado de recrutamento, revela que as mulheres em cargos de gestão no mercado de TI recebem até 23% menos que os homens. O estudo, de 2012, também aponta que 72% dos contratados para posições de liderança, em diversos setores de atuação, são homens.
Há diversos levantamentos apontando a diferença entre valores pagos para homens e mulheres. Nas comparações realizadas pela Seade, o salário ganho pelas mulheres fica em torno de 75% ao correspondente dos homens. A comparação é feita a partir de horas trabalhadas, já considerando que a mulher em média dedica menos horas às ocupações profissionais por ser considerada responsável por segundas ou terceiras jornadas com os cuidados da casa. Ainda assim, ganha proporcionalmente menos. O acúmulo de horas trabalhadas no serviço externo e em casa dão sentido à legislação que permite aposentadoria com menos tempo de serviço para as mulheres.
Ainda são elas que fazem a maior parte das tarefas domésticas
Uma busca simples na internet pelo termo “limpar a casa” demonstra em imagens o quanto os cuidados domésticos ainda são considerados atribuições típicas de mulher. Educar os filhos e cuidar de pessoas doentes também são tarefas consideradas femininas. Os números confirmam: mulheres gastam quase o dobro do tempo com atividades domésticas (22h semanais contra 12,7 para os homens), segundo pesquisa do Ipea. E é desde cedo que se começa a formar uma cultura de que meninas devem trabalhar mais em casa: estudo revela que mais de 70% das garotas entre seis e 14 anos assumem tarefas como arrumar a cama e lavar louça. Entre os garotos a proporção é de apenas 12%.
Ainda são elas que sofrem violência pelo fato de serem mulheres
O Brasil ocupa o 7º lugar no ranking de violência contra a mulher: são 4,4 assassinatos a cada 100 mil mulheres, indicam levantamentos. Mesmo que o policiamento nas ruas fosse adequado, não diminuiriam os crimes praticados contra a mulher pelo fato de que a maioria dos agressores está dentro de casa. Esse aspecto é percebido pela população em geral: pesquisa demonstra que 7 em cada 10 entrevistados consideram que as brasileiras sofrem mais violência dentro de casa do que em espaços públicos. Os dados revelam que o problema está presente no cotidiano: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher não ocorre apenas em famílias pobres.
Campanha nas redes sociais
Em comemoração ao dia 8 de março, as pessoas estão convidadas a postar peça publicitária no Facebook, no Twitter e no WhatsApp, com o intuito de estimular a reflexão sobre a condição da mulher na sociedade. Para participar da campanha, é só compartilhar a imagem com a #SerProMulher, nas redes sociais, em homenagem às mulheres no Dia Internacional da Mulher.
Participe!