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Mulheres ganham espaço no mundo da TI

A força de trabalho feminina ocupa cada vez mais espaços antes predominantemente masculinos: na construção civil, nas forças armadas, nos estaleiros, na polícia, na tecnologia. O Serpro ilustra bem essa tendência. Especialista em tecnologias da informação e comunicação, a empresa tem em seus quadros inúmeros exemplos de mulheres que desempenham, no dia a dia, as mesmas atribuições que seus colegas homens, com o mesmo reconhecimento. Das 4615 serprianas, 952 ocupam cargos de analistas e técnicas em tecnologia – desenvolvimento, programação e suporte técnico.
É o caso de Miyuke Abe, graduada em processamento de dados pela Universidade de Brasília. No Serpro há 30 anos, ela começou como estagiária no Desenvolvimento e hoje é superintendente da unidade de negócios Administração Financeira, cujo principal cliente é a Secretaria do Tesouro Nacional. Para ela, ser homem ou mulher, dentro do Serpro, não é a questão. “No meu caso, nunca senti qualquer manifestação de preconceito. O que sempre valeu foi a competência demonstrada, o compromisso com resultados, a disciplina e dedicação ao trabalho”. Ela reconhece que algumas dessas características estão relacionados à sua origem nipônica, mas acredita que, em se tratando do Serpro, o mérito se sobrepõe às questões de gênero.
Essa também é a opinião de Louise Neves, chefe do Polo de Desenvolvimento de Brasília. Louise é analista de desenvolvimento. Com formação em ciência da computação, já atuou na iniciativa privada e desde 2004 está no Serpro. “No mercado, as referências à distinção entre gêneros são bastante evidentes, o que não se percebe no Serpro”, afirma. Para Louise, a seleção pública garante a igualdade de acesso e de remuneração, mas ainda há algumas referências, sutis, quanto à competência, que o cotidiano profissional na empresa se encarrega de eliminar. Dados demonstram que na Superintendência de Desenvolvimento há um número expressivo de mulheres liderando grandes projetos de TIC. São mulheres profissionais com experiência técnica reconhecida, gerenciando equipes especialistas sem qualquer dificuldade.
Pioneiras
Mas
a competência das mulheres na área de informática tem registros de
longa data. Já
nas primeiras décadas de 1800, Augusta Byron King, criou um
algoritmo para o cálculo de Bernoulli, o que a faz ser considerada
a primeira mulher programadora da história. Depois dela
vieram outras, como: Grace Murray
Hopper, que, empregada na Marinha estadunidense nos anos 40,
criou a linguagem de programação que deu origem ao Cobol.
Dentre as brasileiras, há vários destaques atuais: Dilma M. da Silva, PhD em Ciência da Computação pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia em Atlanta, gerencia o grupo de pesquisa avançada de Sistemas Operacionais da IBM, em Nova Iorque. Juliana Freitag Borin, também PhD em Ciência da Computação, é escritora da revista SBC Horizontes e mantêm um blog sobre mulheres brasileiras na tecnologia da informação. Outra conterrânea reconhecida na área é Cláudia Maria Bauzer Medeiros, doutora em Ciência da Computação pela Universidade de Waterloo, Canadá. Além de sua atuação técnica, Cláudia também presidiu a Sociedade Brasileira de Computação de 2004 a 2007.