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Muito além do celular e do smartphone

Costuma-se associar mobilidade digital a celulares, tablets, nets e notebooks. Mas esse conceito já se expandiu: coisas como a computação em nuvem e a utilização de cartões multiuso também se agregam ao conceito de tecnologia móvel, que passa a ser entendida como sinônimo de disponibilidade – estar onde as pessoas estão, acessível a qualquer hora, em qualquer lugar.
Foi sob essa ótica que se desenvolveu o painel “Iniciativas de Mobilidade na Esfera Governamental”, parte da programação de um fórum internacional de TI promovido pelo Banrisul ontem e hoje, 10, em Porto Alegre. “Trabalhamos para que todo servidor federal tenha seu escritório eletrônico na nuvem até 2013. Cada um poderá acessar seus arquivos seja do seu celular, tablet, notebook ou de um desktop conectado à internet”, informou o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni.
A possibilidade de não só disponibilizar softwares na nuvem, seja para servidores ou para o cidadão, mas também de receber contribuições de desenvolvimento de TI com suporte na nuvem vão ampliar o alcance da noção de governo eletrônico, segundo Mazoni. O diretor-presidente também ressaltou que, atualmente, toda adoção de tecnologia pelo governo federal já prevê a existência de soluções de mobilidade.
“Síndrome do Ano do
… "
“Este é o ano da
mobilidade. Da tevê digital. Da internet x. É assim que se prepara
uma decepção”, provocou Renato Martini, diretor-presidente do
Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), em
contraponto à fala da moderadora do painel de discussões. Para
Martini, cria-se uma expectativa exagerada quando a mídia, instigada
pela iniciativa privada, elege a tecnologia que vai “explodir” no
momento. “A tecnologia tem um tempo para se desenvolver e se
adaptar ao que o público aceita. Houve um momento em que se
exemplificava tecnologia móvel com o exemplo do pagamento a partir
do celular, uma coisa que acabou não se adotando no Brasil, talvez
porque ainda seja desconfortável digitar no celular. Pode ser que o
tablet venha a ocupar esse lugar, por sua maior capacidade de
processamento, ou que a própria tecnologia para pagamento via
celular se torne mais atrativa e 'dê certo' daqui há um tempo”,
exemplificou o executivo do ITI.
Já Rodrido Assumpção, diretor-presidente da Dataprev, apontou que o uso de mensagens via celular (SMS) é uma das ferramentas mais populares e versáteis da esfera da mobilidade, mas ainda é pouco explorado na esfera estatal. “Recentemente estivemos em conversação com as operadoras, que dificultam que o governo use SMS massivamente, porque se prendem a modelos de negócios já ultrapassados. Não podemos fazer um contrato com cada operadora, nem atuar por meio de um intermediário. As transformações tecnológicas obrigam a se repensar a lógica dos negócios”, enfatizou Assumpção.