General
Instituto de Cegos da Paraíba agora tem Inclusão Digital
Imediatamente empresários e políticos paraibanos movimentaram-se para garantir a continuidade do trabalho da instituição e, de fôlego novo, e ontem dia 2 de abril foi inaugurado um Telecentro de Inclusão Digital, com equipamentos doados pelo Serpro.
O Instituto de Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, fundado em 16 de maio de 1944 em João Pessoa. Atende a pessoas cegas e com deficiência visual nas áreas de escolarização, reabilitação, iniciação desportiva, cultura e socialização. Mantém uma escola de ensino fundamental até as cinco primeiras séries. A partir do sexto ano os alunos passam a fazer parte da malha escolar pública em escolas da rede municipal ou estadual, embora continuem com o acompanhamento integral do Instituto até concluírem ensino médio.
A cerimônia de inauguração do Telecentro reuniu pais e alunos, representantes de instituições públicas e empresariado de João Pessoa. O Serpro foi representado por Valéria Santos, coordenadora técnica do Programa de Inclusão Digital na Regional Recife e Euler Santos, chefe do escritório do Serpro em João Pessoa. Em seu discurso, Valéria ressaltou que "este é o segundo telecentro que inauguramos voltado exclusivamente para a integração digital de pessoas cegas e com deficiência visual e para o programa de Responsabilidade Social Empresarial do Serpro, especialmente na aba de Inclusão Digital, é uma grande realização pois nos dá a certeza que estamos contribuindo para uma sociedade inclusiva, sem restrições para o sucesso social e profissional de todas as pessoas". Valéria fez questão ainda de elogiar a parceria com o Instituto que tornou-se possível graças aos esforços dos empregados do Escritório de João Pessoa e também do empenho do Procurador da Fazenda e representante do Conselho Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência, Conade, Genésio Fernandes Vieira.
Suzi Belarmino explicou que o Telecentro de Inclusão Digital Halamo Duarte da Cunha presta uma homenagem ao filho mais velho e único filho vivo da fundadora do Instituto dos Cegos e que hoje leva seu nome, Adalgisa Cunha. Hálamo tem 87 anos, foi presidente do Instituto por três mandatos, durante nove anos, e fez questão de estar presente com toda a família na inauguração. "É uma honra ser reconhecido em vida e mais ainda saber que o sonho de minha mãe de construir esse instituto continua firme, agora nas mãos brilhantes da presidente Suzi Belarmino", discursou emocionado Hálamo.
A professora Erluce Pinto, cedida pela Prefeitura de João Pessoa, responsável pela ação pedagógica do telecentro já definiu o trabalho inicial: "será utilizado com aulas de iniciação à informática para os alunos da própria escola do Instituto e também com cursos diversos para pessoas cegas adultas, buscando-se algumas parcerias com órgãos públicos locais" explicou ela. Também está prevista uma oficina de iniciação ao linux já na próxima semana, também para apresentar a nova versão do DOS-VOX instalado nas máquinas.
Após a cerimônia, os presentes dirigiram-se ao telecentro. Alguns já são usuários de computadores com programas para cegos, como o procurador Genésio Vieira, que apesar de usar o DOS-VOX, pretende participar do curso em linux na semana seguinte: "quero saber trabalhar também com linux e conhecer esses outros aplicativos como o ORCA" explicou o Genésio.
Já para Jailton Silva, 11, o interesse era outro: "onde é que ficam os jogos? Nesse computador ainda não sei" pergunta ele todo animado. E logo chega ajuda: Jeneilson, 9 anos, também aluno do Instituto rapidamente encontra o acesso desejado. Com o leitor de tela instalado nas estações está garantida a acessibilidade e nenhum deles precisou de olhos humanos para usar o micro.
O Telecentro do Instituto dos Cegos da Paraíba segue a estrutura padrão: laboratório de informática com 11 computadores, sendo um deles o servidor, e os demais estações de trabalho. A maquina é um Pentium III com processador 866, 256 Mb de RAM e 20 Gb de HD, com sistema operacional Linux, distribuição Ubuntu, suite de escritório BROffice, navegador Mozilla e aplicativo DOSVOX capaz de fazer a leitura de tela para cegos.
Comunicação Social do Serpro - Recife, 3 de abril de 2008