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Governo confia no Software Livre como indutor de inovação
O terceiro dia do Fisl12 foi marcado pela presença do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que defendeu a importância do movimento de software livre para o crescimento da inovação no Brasil. A palestra do ministro abordou os avanços e desafios do Ministério.
De acordo com Mercadante, o país é um mercado em ascensão, considerado hoje uma excelente alternativa de investimento. "O Brasil é o 3º país que mais atrai investimentos externos e precisa aproveitar essa oportunidade para ativar o desenvolvimento tecnológico interno com vistas à exportação", analisou.
Para ele, há um risco do país se acomodar na posição de exportador de commodities e continuar sendo um importador de tecnologia. "O governo está com projetos na área de inovação e quer se tornar referência na produção de alguns itens, entre eles semicondutores, telas de LCD, entre outros", explicou.
O ministro frisou que uma das condições para a redução de impostos na venda de tablets no território nacional era que, no primeiro momento, pelo menos, 20% da produção fosse nacional, número que deve chegar a 80% em três anos. "Atualmente, nós vendemos muitos equipamentos tecnológicos, mas eles são praticamente 100% desenvolvidos e construídos fora. Essa é a situação que precisamos mudar", ressaltou.
O desafio de produzir telas de LCD sensíveis ao toque anima o ministro. Ele faz menção à quantidade de países que hoje desenvolvem a tecnologia - apenas três no mundo - como uma oportunidade de mercado. O projeto de semicondutores já está em andamento devido ao trabalho da Ceitec S.A., empresa pública federal ligada ao Ministério e sediada em Porto Alegre, que, segundo ele, busca desenvolver a indústria eletrônica brasileira através da implantação de uma base sólida no setor de semicondutores.
Software Livre e o MCT
O ministro fez questão de ressaltar a diferença entre cracker e hacker. "Cracker é o que destrói. E hacker o que constrói", enfatizou Mercadante. Para ele, o Brasil tem uma importante comunidade colaborativa, formada por hackers, que produz conhecimento, tecnologia, ciência e projetos inovadores. "O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) quer participar e não só apoiar o movimento do Software Livre, com vistas a melhorar a qualidade de políticas públicas", informou.
Para o MCT, investimentos em TI, ciência, tecnologia e inovação são eixos estruturantes do desenvolvimento do país. "O Estado brasileiro precisa ser mais criativo. Não podemos pensar TI apenas nas universidades e empresas. Nós precisamos investir em práticas cooperadas. E acredito que o movimento do Software Livre pode ser um terceiro vetor desse crescimento", declarou Mercadante.
O ministro ainda provocou os jovens estudantes, profissionais de TI e desenvolvedores presentes a buscarem alternativas de fomento à indústria de software e games, principalmente baseadas em plataformas abertas.
Comunicação Social do Serpro - Porto Alegre, 1º de julho de 2011