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Gestão de processos une governo, mercado e academia
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) realizou ontem, 4 de julho, no auditório da regional Brasília, o Workshop "Gestão de Processos de Governo como Indutor da Interoperabilidade e Melhoria dos Serviços ao Cidadão". O evento teve como objetivo identificar as tendências, necessidades e, especialmente, inserir a Plataforma de Processos, atualmente em desenvolvimento no Serpro, num contexto capaz de propiciar um conjunto de melhorias nos processos de governo a partir da disponibilização de um ambiente único e estruturado, com consequente melhorias dos serviços prestados ao cidadão. Os vídeos dos painéis do evento estão disponíveis no endereço assiste.serpro.gov.br/workshop-pp.
A mesa de abertura contou com a participação do diretor de Operações do Serpro, Wilton Itaiguara, do secretário do SLTI (Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação), Delfino Natal de Souza, e do diretor do Departamento de Programa de Gestão, Bruno Palvarini, ambos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Wilton reafirmou o compromisso do Serpro de dar suporte ao governo em temas como interoperabilidade e gestão de processos. Delfino destacou o grande desafio de modernizar os serviços ao cidadão, evitando a replicação de ações que ocorre com os dados descentralizados.
Após a mesa de abertura, foram apresentados painéis mediados por Marcus Vinicius Costa, superintendente do Serpro, com a participação de autoridades da administração pública, representantes de empresas de TI e o meio acadêmico. O representante do governo, Bruno Palvarini, (Seges) falou da importância da parceria com o Serpro, devido à complexidade dos ambientes de governo, e que esta coprodução de serviços vem para facilitar o processo. "Os modelos não são simples, mas as soluções podem ser", explicou.
Outro representante do governo que participou do painel foi o coordenador Geral de Integração e Interoperabilidade da SLTI, Corinto Meffe, que também fez coro à necessidade de se pensar em conjunto (governo, mercado e academia), sempre com a presença de profissionais de sistemas de informação. Corinto também explicou a diferença na mensuração de resultados da gestão de processos no governo e no mercado. "A eficiência, no caso do governo, é medida pela melhoria na qualidade de vida do cidadão", pontuou.
Visão de mercado
O representante da Software AG, empresa do ramo de Gestão de Processos, Leonardo Chies explicou as vantagens dos processos, como a redução de custos, aumento de qualidade e redução de erros. Entre as empresas que tiveram experiências bem sucedidas com processos e foram clientes da Software AG destacam-se Casas Bahia, Bradesco, Petrobras, BNDES, entre outras. De acordo com Chies, o processo e os objetivos do setor público e privado são parecidos, portanto é possível a troca de experiências entre as áreas e o governo pode se guiar pelo mercado na escolha da melhor plataforma para a gestão de processos.
O sócio-fundador da ELO Group, André Macieira, expôs algumas experiências de sua empresa que surgiu na UFRJ e tem este nome pelo elo que faz entre a academia e o mercado, com apenas três anos de existência, mas com muita atuação no mercado. De acordo com sua vivência, André disse que o mais difícil para que uma gestão de processos seja bem sucedida é a mudança de mentalidade. "Processo não é documentar a realidade, mas uma ferramenta para conseguir realizar uma boa gestão", explicou.
Contribuição da academia
O professor da PUC Rio e gerente de Tecnologia do Serpro no Rio de Janeiro, Almir Fernandes, trouxe a visão científica para o debate e destacou que o conhecimento gerado pelos processos é um dos seus bens mais importantes, assim como a sua disseminação. De acordo com o professor, o processo só pode ser considerado como tal se gerar valor para o cliente. Ele elencou os elementos dos projetos considerados campeões: "O projeto deve ser planejável, executável, controlável, mensurável e avaliável", definiu. Almir também se mostrou um entusiasta do processo colaborativo. "A virtude do uso do conhecimento está em produzir coletivamente", afirmou.
O PhD em Ciências da Computação e presidente da Software Engineering Society, Fuad Sobrinho, apresentou como caso de gestão de processos a instalação da UPP no Complexo do Alemão, por envolver toda uma sociedade, não apenas o mercado ou o governo, e apontou que o processo mais importante para a geração de mudanças é o cultural. "O processo é vivo, humano e evolutivo. É por isso que ele deve estar sempre amarrado à cultura", completou.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 5 de julho de 2011