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Fim da greve da Receita impulsiona balança comercial de maio, diz secretário de Comércio Exterior
A avaliação foi feita hoje (2) pelo secretário de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, ao analisar os números da balança comercial divulgados mais cedo.
Ele disse que, depois de quatro meses relativamente fracos em termos de superávit comercial (exportações menos importações), o mês passado “teve melhora substancial”. Barral disse que, no entanto, os bons números divulgados hoje foram “engordados” pelo represamentos de registros aduaneiros não efetuados em abril, no auge da greve dos auditores fiscais.
O secretário explicou que a regularização das exportações e da importações de maio, no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), zerou as pendências de registros aduaneiros de abril. Ele calcula que, em abril, deixaram de ser registradas cerca de US$ 1,2 bilhão de vendas embarcadas, mas não registradas pela Receita, principalmente de petróleo, soja e minérios de ferro.
As exportações de maio chegaram a US$ 19,306 bilhões, valor nunca nunca alcançado antes tendo como parâmetro o período mensal. Mas as importações também bateram recorde, com total de US$ 15,229 bilhões. O movimento possibilitou o bom saldo comercial de US$ 4,077 bilhões e, com isso, o superávit acumulado no ano sobe para US$ 8,655 bilhões – pouco mais da metade dos US$ 16,758 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
As exportações de 2008 somam até agora US$ 72,054 bilhões, com evolução de 22,2% em relação aos US$ 60,096 bilhões contabilizados em igual período de 2007, de acordo com o secretário. Mas as importações cresceram em um ritmo mais forte e chegam a US$ 63,399 bilhões, com aumento de 49,2% sobre os US$ 43,338 bilhões registrados de janeiro a maio de 2007.
Barral explicou que os destaques nas exportações de 2008, até agora, foram os produtos manufaturados, com vendas equivalentes a US$ 35,689 bilhões, especialmente de óleos combustíveis (+84%), aviões (+52,3%), tratores (+36,7%), motores e geradores (+32,6%), pneumáticos (+24,4%) e máquinas para terraplenagem (+21,5%).
Em seguida, vieram as vendas de produtos básicos, que somaram US$ 24,418 bilhões. Os maiores aumentos nesse ítem foram das exportações de soja em grão (+68,4%), milho (+54,7%), farelo de soja (+53,4%), carne de frango (+47,5%), carne suína (+28,1%), petróleo (+25%), folhas de fumo (+22%), minério de ferro (+15,6%), café (+14,5%) e carne bovina (+9,3%).
Dentre os produtos semimanufaturados, que renderam US$ 10,008 bilhões em divisas para o país, os destaques foram ferro-liga (+91,5%), celulose (+49,2%), produtos de ferro e aço (+44%) e ferro fundido (+37,9%).
Segundo Barral, os principais destinos das exportações brasileiras no ano foram os Estados Unidos (US$ 10,2 bilhões), Argentina (US$ 7 bilhões), China (US$ 5,7 bilhões), Países Baixos (US$ 4,1 bilhões) e Alemanha (US$ 3 bilhões). Destes, o Brasil tem déficit comercial de US$ 1,6 bilhão com a Alemanha e de US$ 1,5 bilhão com a China.
Ele disse que houve crescimento das exportações brasileiras para as principais regiões econômicas: Ásia (+40,2%), Mercosul (+39,3%), Europa Oriental (+33,4%), União Européia (+21,4%), Amérca Latina sem Mercosul (+8,8%), África (+7,8%), Oriente Médio (+7,4%) e Estados Unidos (+5,3%).
Barral revelou que a China comprou 51,9% de todas as vendas brasileiras destinadas à Ásia e a Argentina ficou com 38,3% das exportações para o Mercosul.
Em relação às compras brasileiras, Barral disse que houve crescimento em todas as categorias de produtos, no acumulado do ano, principalmente de combustíveis e lubrificantes (+72,8%), bens de capital (+47,6%), matérias-primas e intermediários (+44,9%) e bens de consumo (+40,5%). Quanto ao último quesito, o maior aumento deu-se na importação de automóveis (+117,2%), por força de acordos bilaterais com Argentina e México, de acordo com o secretário.
Agência Brasil, Stênio Ribeiro, 2 de junho de 2008