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Filha de Guevara, senadora e sociólogo são destaques no FSM
Mesmo em evento que congrega 2,4 mil atividades em cinco dias, personalidades como a filha de Che, Aleida Guevara, o sociólogo português Boaventura de Sousa e a senadora Marina Silva chamaram a atenção do público no Fórum Social Mundial 2009.
Palestras, conferências, debates, cortejos e apresentações culturais, distribuídas nos campi de duas universidades federais. O FSM 2009 teve o primeiro dia efetivo de discussões ontem, 28, em Belém. Com início às 8h e encerramento às 20h, a programação é composta por estas atividades simultaneamente.
Aleida Guevara, filha do revolucionário argentino Che, atraiu uma multidão para a tenda Cuba 50 anos. A defensora do projeto socialista da famosa ilha declarou que a juventude é fundamental para a mudança social. Ela ainda comandou um coro em espanhol com os presentes a conhecida frase: “Lutar até a vitória sempre!”.
Democratização da justiça
Pouco espaço e forte calor. Ainda assim, o auditório da área Profissional da UFPa lotou com os interessados em ouvir o doutor em sociologia do direito, professor da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos, presença constante nos fóruns. O intelectual português, autor de “O Fórum Social Mundial: manual de uso”, defendeu o reaprendizado do direito, para que a prática da advocacia, de fato, preocupe-se com os interesses da sociedade civil.
“O judiciário não vai até as classes populares que têm diariamente seus direitos violados”, afirmou Boaventura. De acordo com ele, o que se vê é uma sociedade incivil, já que a população não possui a devida condição de exercer plenamente a cidadania.
Fórum Mundial da Educação
Diversos fóruns são realizados dentro do FSM 2009. O Fórum Mundial da Educação (FME) tem participação estimada de nove mil pessoas e terminou ontem, 28, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
A conferência de abertura teve o tema "Educação, Transgressão e Construção da Cidadania Planetária". As falas foram do principal idealizador da Teologia da Libertação, Leonardo Boff, da ex-ministra de Meio Ambiente, senadora Marina Silva (PT-AC) e do professor Moacir Gadotti, diretor do Instituto Paulo Freire, um dos organismos responsáveis pela realização do fórum.
A senadora do Acre se emocionou ao declarar que aprendeu a ler aos 16 anos através do antigo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). "A educação não pode estar baseada na estagnação. A educação tem que ser criativa", defendeu Marina.