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Falhas no processo permitem anular aprovação do OpenXML como padrão ISO, diz membro da ABNT
Jomar Silva, membro do comitê técnico da ABNT que avaliou o Open Office XML (e diretor geral do capítulo Brasil da Aliança ODF), comentou a decisão do comitê brasileiro de apelar à ISO contra a aprovação do Open Office XML.
Segundo ele, há indícios suficientes sobre irregularidades na aprovação do OOXML que o comitê brasileiro poderia pedir mais do que a revisão do processo. “Temos o embasamento para questionar o processo todo e pedir a anulação. Mas uma vertente do grupo que participa da discussão jamais vai aprovar”.
O especialista conta que preparou um documento com os
problemas técnicos e apresentou durante a reunião do comitê (mais
informações em
seu blog). Jomar disse que a resposta de alguns membros do comitê
foi “inadmissível
depois de tanto tempo discutindo o assunto”.
“A linha de argumentação foi ‘não estamos prontos para falar’. É como um deputado que interrompe uma votação no Congresso dizendo que não conhece a constituição”, disse.
Além do Brasil, o comitê técnico da Índia também apelou contra a aprovação. A África do Sul foi mais incisiva pediu a anulação do processo.
Silva, que após a reunião anunciou a sua saída do comitê técnico no blog, disse que está reavaliando a decisão. “Acho que é melhor esfriar a cabeça antes de tomar uma decisão como essa”, disse.
Problemas com OOXML
Entre os diversos problemas com o processo de aprovação do
Open XML, destaca, a falta da versão final do texto é uma das mais
latentes. “A
versão final deveria ser enviada em 30 dias. Hoje, três meses depois,
ainda não
recebemos nada”, completou.
Além disso, destaca Jomar, a delegação brasileira foi impedida de apresentar uma proposta sobre o mapeamento binário do legado que “com esse documento, é possível garantir que conversores para OOXML produziriam os mesmos resultados independente da empresa que criou a ferramenta”.
Outros problemas apontados na apresentação do especialista estão relacionados com o a rapidez na aprovação, com a definição de quem poderia votar e decisões votadas sem a discussão considerada adequada pelo especialista.
Computerworld, Vinicius Cherobino, 30 de maio de 2008