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Expresso ganha força no governo federal

"O Workshop de Segurança da Informação superou as expectativas iniciais", defende Marcos Melo, coordenador de ações governamentais do Serpro. O evento foi realizado de 28 a 30 deste mês, na Escola de Administração Fazendária (Esaf), em Brasília, com o objetivo de gerar uma comunidade de especialistas ativa e promover discussões de melhores caminhos para o projeto do correio eletrônico Expresso.
De acordo com o coordenador, o encontro possibilitou à equipe olhar o projeto com uma visão mais ampla, já que conseguiu reunir todos os órgãos de defesa, a academia, empresas públicas e privadas. "Essa percepção nos deu a certeza sobre aonde queremos e podemos chegar, além de evidenciar as oportunidades de melhoria na solução", analisa Melo.
Desde que o decreto n° 8.135, que dispõe sobre as comunicações de dados da administração pública federal, foi assinado pela presidenta Dilma Rousseff como uma medida para garantir a soberania nacional, o Expresso ganha mais espaço no governo. A razão disso é porque a solução livre é uma das poucas iniciativas nacionais.
Para Marcos Melo, os participantes do evento se sentiram motivados a contribuir com a ferramenta, justamente, por ela ser um projeto do Estado. "Nele podemos trabalhar juntos, reunir os principais interessados, discutir as melhorias e evoluções de acordo com as nossas necessidades, além de manter uma solução de correio eletrônico robusta, segura e nacional", comenta.
Próximos passos
Marcos Melo explica que, após o workshop, o trabalho de desenvolvimento e pesquisa será intenso. A primeira meta é trabalhar para integrar à ferramenta as contribuições de melhorias que surgiram nesses três dias de discussão. Entre as principais sugestões, ele destaca a utilização de certificado de sigilo, a ampliação de monitoramento livre e auditável e interceptações legais. O último significa criar mecanismos que possam garantir 100% de sigilo às mensagens, mas por outro lado permitam que o governo esteja pronto para repassar informações quando solicitado por ordem judicial.
Hoje, o Expresso V3 já possui criptografia de fluxo - no canal de comunicação - e está em homologação a da mensagem. O coordenador conta que a criptografia que garante a segurança da mensagem impede que elas possam ser auditadas. "Então, o desafio é ter um e-mail seguro, mas que também ofereça transparência e usabilidade para os órgãos de controle, garantindo confidencialidade e, ainda, auditagem, quando necessário por ordem da Justiça", conclui Marcos Melo.
O evento foi promovido pelo Serpro, em parceria com a Rede Nacional de Segurança da Informação e Criptografia (Renasic) e a Comissão Especial em Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (CESeg), e contou com a participação do Exército, Aeronáutica, Marinha, Abin, ITA, IME, Asnav, USP, Unicamp, UnB, UFPE e empresas privadas.