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Desafios da gestão de telecentros foram debatidos em Vitória
Durante a 10ª Oficina para Inclusão Digital, realizada esta semana em Vitória, os desafios de coleta e gestão de informações dos telecentros espalhados pelo Brasil foram debatidos pelos integrantes do Programa Serpro de inclusão digital (PSID) e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Ciência, tecnologia e inovação (MCT) e Ministério das Comunicações (MC). O encontro, aberto ao público, serviu também para fazer um balanço das atividades desenvolvidas nos últimos anos.
Um
dos destaques da reunião foi a apresentação do sistema MID (Mapa
de inclusão Digital) do Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (Ibict/MCT). Com plataforma web, o MID traz as
principais informações sobre os telecentros espalhados pelo Brasil.
Porém, com algumas ressalvas.
De acordo com Karina Pena, analista de
comunicação do projeto, o mapa não informa, por exemplo, a
quantidade de telecentros existentes. "O
assunto Inclusão Digital está em pauta no governo federal há uns
10 anos. Várias iniciativas públicas e privadas foram surgindo
desde então, o que dificultou o mapeamento destes dados. Por isto,
hoje não é possível afirmar com precisão quantos telecentros
existem em funcionamento no Brasil”. Contudo, o MID informa os
dados de 21.159 pontos de inclusão digital (PIDs) espalhados pelo
país através de 177 programas.
Ampliar
parcerias e qualificar os dados
O
coordenador do PSID, Luiz Cláudio Mesquita, destacou que ampliar as
parcerias é fundamental para mapear os dados e geri-los com
qualidade. “Sabemos que parceria dá mais trabalho e é difícil. Porém, enriquece graças a construção coletiva e descentralizada”,
destacou animado, lembrando que o MID, embora seja um projeto do MCT,
conta com a parceria do MDA e do Serpro.
Vanessa Branco, consultora do MDA, explicou que o primeiro desafio é o da coleta. “Estamos pensando em como estimular os telecentros a se cadastrarem e inserirem seus dados no sistema”, explica. Para ela, o mapeamento não está relacionado a controle ou simplesmente uma contagem. “Queremos mapear as pessoas, saber quem elas são. É importante, já que vivemos em uma sociedade de cidadãos mais invisíveis. Saber quem são os usuários dos telecentros dará a certeza de que poderemos incluí-las com mais eficiência”, explicou.
Antônio Miranda, do PSID, reforçou as palavras de Vanessa. “Vamos lançar fogo com este poder de informação e usá-lo para melhorar o telecentro. Se identificamos, por exemplo, um telecentro com grande frequência de idosos, teremos como produzir ou enviar material pronto para aquele público”, explica, traduzindo, em seguida, a filosofia deste processo de gestão. “Não estamos mais gerindo telecentros e, sim, cidadãos”, afirmou.
Cooperação
de recursos humanos
O
encontro teve a presença do coordenador do programa Telecentros.BR
do MC, Diego Aguilera, que foi apresentado ao MID. “É impossível
gerir sem informação qualificada. Muitas ações de governo foram
orientadas com base na experiência pessoal de um técnico, do que
ele achava”, lamenta.
Antônio Miranda encerrou o encontro propondo a criação de um grupo de trabalho. “Queremos uma parceria de cooperação de recursos humanos com o MC para fazermos o que sabemos e o que temos de fazer”, declarou. Uma das atividades a ser feita é a implementação de uma rotina para que todos os telecentros cadastrados enviem suas informações, periodicamente, para um servidor central. “Se um telecentro não enviar dados por um período, teremos como entrar em contato com ele para saber qual o problema, se está sem internet, computador ou qualquer outro obstáculo”, explicou Vanessa Branco.
O endereço do MID é: inclusao.ibict.br/mid/.