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Da Terra à Lua

"Hello, São Paulo!". Foi desta maneira espirituosa e cordial que Edwin Aldrin, mais conhecido pelo seu apelido “Buzz”, cumprimentou a enorme plateia que se juntou nesta terça-feira, 29, para ouvir suas histórias na Campus Party Brasil 6. Buzz falou por cerca de uma hora ao público e abordou diversos temas, dentre eles fatos sobre sua vida pessoal, sempre com bom humor, mas com seriedade e objetividade.
A palestra foi aberta com um breve panorama sobre a vontade humana de alçar os ares e de como isso influenciou o então jovem americano, filho de um pai entusiasta da aviação, a tornar-se piloto, inicialmente na Força Aérea dos Estados Unidos. Lá, Aldrin teria uma breve, porém marcante experiência de combate na Coreia, em 1953, de onde sairia para ficar estacionado na Alemanha Ocidental, no auge da Guerra Fria, com nervos à flor da pele e armas nucleares nos trilhos de bombas dos aviões.
Buzz conta que a decisão de se candidatar a um posto de astronauta na Agência Espacial Americana (Nasa) foi, em primeiro lugar, o lançamento do Sputnik pelos soviéticos e, em segundo lugar, a promessa do presidente Kennedy, em 1961, de que os EUA iriam enviar um homem à Lua e trazê-lo de volta com segurança até o final da década: “isto fez com que eu continuasse meus estudos e me graduasse como Doutor em Ciências Aeronáuticas pelo MIT”, disse.
A Nasa ficou interessada em sua tese, uma teoria sobre como deveriam ocorrer as acoplagens entre espaçonaves, e o admitiu na terceira turma de 14 astronautas, nos anos 60. Entre seus colegas, ficou conhecido jocosamente como “Dr. Acoplagem”. Mas seu estudo também lhe rendeu um lugar na Gemini 12, junto com Jim Lovell (que mais tarde estaria na fatídica Apolo 13), e uma longa caminhada espacial. No entanto, em suas palavras, nada disso seria possível sem “educação, ética no local de trabalho e apoio dos seus familiares”.
A colaboração entre todos os membros do programa espacial americano, dos engenheiros às costureiras que fizeram o traje espacial dos tripulantes da Apolo 11, possibilitou que este grande feito, na sua opinião, fosse alcançado: “quando estava subindo na torre de integração do foguete, olhei para o sol que estava nascendo e pensei como eu tinha sorte, e em como tantas pessoas trabalharam para que nós estivéssemos lá naquela nave”.
Ele também reforçou a importância que um líder com coragem e ousadia possui para qualquer grande projeto, como foi Kennedy. Para os jovens, Aldrin fez questão de ressaltar a importância da inovação, dos ideais e da força de vontade na consecução de um objetivo, bem como a importância de afinco nos estudos, em especial nas ciências exatas. E finalizou: “não podemos deixar esvanecer o interesse popular na exploração espacial”, disse Aldrin, que é um dos principais entusiastas do envio de missões tripuladas a Marte, tendo inclusive escrito diversos livros sobre esse tema.
A Campus Party Brasil 6 segue até o dia 3 de fevereiro, no pavilhão de eventos do Parque Anhembi, na capital paulista. O Serpro, além de ser o patrocinador principal da área de Inclusão Digital da #CPB6, participa com um stand de exposições da Zona Expo, assim como promove palestras e realiza o Install Fest na Arena.