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Curso vai discutir gênero, raça e trabalho

O Escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil (OIT) e o Governo Federal assinaram, em outubro de 2003, o Protocolo de Intenções para a Implementação do Programa de Fortalecimento Institucional para a Igualdade de Gênero e Raça, Erradicação da Pobreza e Geração de Emprego e Trabalho Decente (GRPE).
O GPRE possui um manual que pode ser utilizado em processos de sensibilização, capacitação e diálogo social. E é esse manual que agora, com o apoio do Serpro, foi adaptado como um produto educacional digital que pode ser ofertado a distância e ampliar ainda mais a sua capacidade educadora e transformadora.
Márcio Araújo Benedito, chefe da Divisão de Projetos e Tecnologias Educacionais da UniSerpro, explica que a adaptação do conteúdo da OIT foi pensada inicialmente para o público em geral, com o objetivo de suscitar a discussão sobre equidade, inclusive prevendo a participação de entidades patronais e militantes dos movimentos sociais. Desenvolvido para a ferramenta educacional livre Moodle 1.9x, o curso é compatível com qualquer instalação, podendo ser ofertado em qualquer instituição a critério da OIT.
Reflexão e transformação
Na avaliação de Márcio, esse conteúdo é importante porque aborda diretamente questões de gênero e raça que costumam ficar pouco visíveis nas relações sociais. “Além disso, em se tratando das relações do trabalho, este curso é fundamental para descortinar situações do dia a dia em que esta desigualdade está presente, mas não percebemos. Mesmo quando as empresas praticam salários iguais para homens e mulheres, não significa que existe equidade de gênero, pois muitas vezes as mulheres ficam com a parte menos nobre do trabalho, são preteridas em relação a viagens e sempre é considerada a possibilidade de ausência em casos de gravidez”, pontua.
Para ele, em relação à dimensão raça, a situação é ainda pior, pois existe uma cultura da negação do racismo no Brasil. “As pessoas costumam dizer que a discriminação é de natureza econômica e não racial, desprezando os dados das pesquisas e a realidade que bate à porta, que demonstram que as populações negra (pardos e pretos) e indígena ainda não alcançaram igualdade de condições em relação aos demais grupos raciais, especialmente os brancos”, completa Márcio.
Cerimônia
O lançamento do curso acontece na próxima terça-feira, dia 20 de março, na sede do Serpro, em Brasília. A cerimônia contará com a presença das ministras da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, além da diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, e do diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni.