O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no último dia 8 de setembro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). De acordo com a pesquisa, em 2009, 67,9 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade declararam ter usado a internet, o que representa um aumento de 12 milhões (21,5%) sobre 2008.

Para compreender o tamanho desse crescimento, basta observar que, em 2005, a internet tinha 31,9 milhões de usuários. O aumento no período foi de 112,9% e observado em todas as regiões do país. O Sudeste se manteve como a região com o maior percentual da população com acesso à internet (48,1%). As regiões Norte (34,3%) e Nordeste (30,2%) apresentaram os menores percentuais de usuários, mas registraram os maiores aumentos nos contingentes de usuários (respectivamente, 213,9% e 171,2%).

Para Luiz Cláudio Mesquita, coordenador de Inclusão Digital do Serpro, esse aumento no número de brasileiros que acessam a rede pode estar relacionado às ações governamentais na área da inclusão digital. "O governo federal tem investido forte em ações que promovem a instalação de telecentros para as populações mais pobres; criou facilidades de crédito e anistia fiscal para fabricação de computadores e está investindo em infraestrutura para levar banda larga mais barata à população".

Segundo Mesquita, a estabilidade econômica também ofereceu condições para a melhora nos índices, já que antes grande parte da sociedade não podia comprar um computador ou assinar uma conexão de banda larga e, agora, com uma maior oferta de crédito, já é possível adquirir uma máquina com maior facilidade de condições.

Navegantes de todas as idades
Ainda segundo a PNAD, entre 2005 e 2009, o percentual de acessos à internet dentro de cada faixa etária foi maior entre os jovens: 71,1% das pessoas de 15 a 17 anos acessaram a rede em 2009, e 68,7% foi o índice entre os brasileiros de 18 e 19 anos. A faixa que menos utilizou a rede foi a de 50 anos ou mais, com 15,2% de acessos, mas esse contingente de usuários cresceu 138% no período.

Diante dos números que demonstram a faixa de pessoas com mais de 50 anos como os que menos usam a rede, Mesquita falou da importância de inserir o idoso na era digital. Ele enumerou ações que o Serpro desenvolve nesse sentido. Como exemplo, citou o escritório de Palmas (TO), onde o Serpro tem capacitado idosos em informática básica, oferecendo noções de navegação na internet, utilização de correio eletrônico e ferramentas de escritório. A iniciativa busca inserir o idoso digitalmente e romper com a barreira que o afasta da tecnologia.

O coordenador defendeu a inserção do idoso no ambiente dos telecentros. "É preciso quebrar o paradigma de o telecentro ser um espaço para jovens. Isso não é verdade. O telecentro é um espaço para o cidadão de todas as gerações". Para Mesquita, uma forma fácil de trazer o idoso para o telecentro é estimular o próprio jovem. "Se a gente consegue conscientizá-lo da importância e do potencial que o telecentro oferece ao idoso, ele passa a estimular o pai, o avô ou o vizinho a frequentar o espaço", avaliou Mesquita.

O Programa Serpro de Inclusão Digital (PSID) tem hoje 320 telecentros instalados no país, alcançando a periferia das cidades grandes, comunidades quilombolas, aldeias indígenas e zonas rurais.

PNAD
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios obtém informações anuais sobre características demográficas e socioeconômicas da população, como sexo, idade, educação, trabalho e rendimento, características dos domicílios, informações sobre migrações, fecundidade, nupcialidade, entre outras. Temas específicos abrangendo aspectos demográficos, sociais e econômicos também são investigados pela pesquisa, que tem como unidade de coleta os domicílios e periodicidade variável.

Comunicação Social do Serpro - Belém, 13 de setembro de 2010