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Conheça a diferença entre crackers e hackers
Para o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, é importante destacar que há vários hackers que contribuem de forma responsável para a transparência governamental. Já os chamados crackers, ao contrário, buscam uma atuação à margem da lei, que prejudica não só o governo, mas o próprio cidadão brasileiro.
Conhecimento e democracia
Segundo Mazoni, o motivo alegado para a ação dos crackers, um suposto protesto contra a corrupção, não se verifica na realidade. "É importante que as pessoas que possuem um conhecimento sobre a tecnologia o utilizem para aprofundar a democracia no Brasil", destaca. O diretor-presidente cita o exemplo de bons hackers que, ao criar programas que cruzam informações públicas do governo, promovem uma vigilância saudável e constante da execução de políticas públicas.
Responsabilidade
A atuação responsável dos hackers seria facilmente medida por seus efeitos: é um trabalho de verificação que, ao contrário da ação dos crackers, não busca instaurar um clima de pânico. Para Mazoni, os ataques dos crackers seriam, portanto, criminosos não só pelas tentativas ilícitas de apropriação de informações mas, também, por buscar criar um clima de desconfiança generalizada em relação à web. Já um exemplo de atuação responsável seriam as ações do Transparência Hacker, um grupo, apoiado pelo Serpro, que reúne mais de 600 participantes de diversas áreas. O Transparência administra 20 projetos com ideias de utilização da tecnologia para o benefício da sociedade.
Hackers x crackers
Em diversas entrevistas à imprensa, Richard Stallman, considerado um guru do software livre internacional, comparou as atitudes de hackers e crackers com, respectivamente, ações de manifestantes pacíficos e baderneiros mal-intencionados. Para Daniela Silva, uma das responsáveis pelo Transparência Hacker, essa diferenciação terminológica surgiu da necessidade de desvincular a palavra "hacker" de uma ideia negativa. "Mas é uma distinção que poderia ser feita com qualquer profissional, pois há aqueles que fazem uso positivo de seu conhecimento e, outros, que se utilizam de forma destrutiva", considera. Daniela, apesar de condenar a ação, considera que os administradores dos sítios governamentais podem se utilizar dos ataques "como oportunidade para melhorar e aprender".
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 6 de julho de 2011