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Competitividade e compartilhamento não se excluem
O encontro, realizado no auditório 1, logo após a abertura do Consegi 2008, debateu também a relação entre as culturas da competitividade e do compartilhamento. Para o diretor-presidente do ITI, Renato Martini, os dois conceitos não são excludentes, porque as pessoas cooperam competindo. “Eu não acredito que plataforma tecnológica propicie compartilhamento. Não é uma questão de hardware nem de software, mas de people (pessoas)”, brincou Martini.
O embaixador do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, Hugo Varsky, acrescentou a importância da integração entre países. Ele defendeu que o atual momento das TICs deve ser aproveitado como forma de acelerar o processo de cooperação dos países da América Latina, com fortalecimento do Mercosul. “Nenhum país pode fazer frente ao mundo de hoje só”, decretou o embaixador.
Novo cenário
A atualização do modo de contratação e o estímulo às redes de conhecimento deve ser a tônica de um Estado moderno, de acordo com o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna.
“Não podemos esperar que todo o conhecimento venha da organização” foi a afirmação do secretário, que aposta na construção coletiva do conhecimento. Santanna acredita que o trabalho compartilhado e as plataformas livres podem trazer maior eficiência ao Estado e melhores resultados para a iniciativa privada.
O diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, falou que o Estado deve estimular o compartilhamento, mas principalmente entender a mudança pela qual o mundo passa. Para ele, a transformação não está no governo, mas na sociedade. Tal compreensão fará com que a administração pública aproveite melhor as oportunidades e não tenha que seguir, com atraso, um modelo já consolidado posteriormente.
Iniciativa Privada
Durante o encontro, diversos exemplos do uso de software livre pela iniciativa privada foram apresentados, mostrando que o trabalho cooperado traz resultados efetivos também na competição empresarial.
Casos como da Google, Dreamworks e Carrefour foram citados como formas de solução de problemas encontradas em plataformas de código aberto. “Para fornecer o carro competitivo exigido pelo piloto Michael Schumacher, maior vencedor da Fórmula 1, a Ferrari encontrou a resposta no sistema operacional Linux. Diziam que o carro do Rubinho era Windows”, disse Mazoni, em tom de descontração.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 27 de agosto de 2008