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Alagoas debate tecnologia livre
O evento teve uma programação voltada exclusivamente para softwares de código aberto e os cerca de 800 participantes demonstraram a força de crescimento que o segmento adquiriu. "Na primeira edição do Coalti, 75% das palestras tratavam de software proprietário. Na edição seguinte, isso caiu pela metade. E, agora, cem por cento da grade de programação trata de open source", apontou o coordenador do evento, Junior Tamietti.
O Serpro, um dos patrocinadores, fez-se presente através do coordenador do Comitê de Software Livre da Regional Recife, Marcelo Ramos, que apresentou a palestra "Software livre: uma visão de futuro". Nela, Ramos passeou pela história recente do desenvolvimento tecnológico e indicou que, em geral, as tecnologias que se valem de códigos fontes fechados, tanto em software quanto em hardware, têm uma tendência crescente em tornarem-se obsoletas ou pouco usuais, citando como exemplos o betamax e token ring. Em formato de quadrinhos rascunhados, Marcelo concluiu que o conhecimento deve ser respeitado em sua autoria e compartilhado em seu uso para que garanta seu avanço futuro e até mesmo a soberania das nações.
Três dias para o SL
Durante o congresso, que teve início na sexta-feira, 28 de outubro, e terminou no domingo, 30, especialistas apresentaram estudos e casos de sucesso de experiências em código aberto, abordando temas que trataram de mídias sociais a aplicações em forense computacional, passando por padrões de interoperabilidade e acessibilidade.
Adrilan Torres, executivo da Oficina Livre, uma empresa que oferece soluções de negócios em software livre era um dos entusiastas presentes. "Trata-se de um evento único no estado de Alagoas, que traz visibilidade para os nossos produtos de código aberto no mercado de TI e nos deixa em grau de competição equiparada com o restante do país", afirmou. Já o congressista Thiago Philippe, que atua no escritório do Serpro em Maceió, elogiou o nível das palestras: "É importante estarmos sintonizados com as novidades da área de TI. E as palestras na área de segurança foram as que considerei mais instigantes", avaliou.
Nos corredores da Faculdade Tiradentes, onde ocorreu o Coalti, era comum encontrar congressistas folheando a edição 207 da revista Tema, cuja temática era software livre. "Essa revista está tão boa quanto as palestras", disse o estudante Ricardo Barreto, integrante de uma das quatro caravanas que aportaram no evento. "Esse ano temos caravanas de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia", informou Tamietti.
Segundo o coordenador do evento, a discussão de tecnologia livre no estado de Alagoas ainda está em uma fase inicial. "Por isso pensamos em fazer do Coalti o evento chave para discutir inovação, conhecimento, capacitação e, principalmente, mudarmos a realidade atual de uso de software proprietário. Para isso, essa união de pesquisadores, profissionais, empreendedores e estudantes é essencial e estratégica", completou.
Comunicação Social do Serpro - Recife, 1º de novembro de 2011