Notícia
Conferência de Dados
Presidente do Serpro defende maior compartilhamento de dados na administração pública
O presidente do Serpro participou nesta segunda-feira, 29 de julho, da Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados, promovida pelo IBGE, onde integrou mesa redonda sobre riscos e oportunidades tecnológicas para o setor público e privado. Alexandre Amorim destacou que, no atual mundo da economia de dados, o principal desafio é que as informações públicas possam ser utilizadas pelo Estado para aperfeiçoar as políticas públicas e, consequentemente, melhor servir ao cidadão.
"O grande desafio que temos é que o produto resultante das plataformas que o Serpro desenvolve não fique restrito apenas ao seu cliente. Precisamos criar mecanismos de interoperabilidade, criar maneiras do nosso cliente demandante da solução, como um Ministério por exemplo, dar a permissão para essa inteligência gerada ser utilizada no desenvolvimento de uma política pública que seja matricial", defendeu Amorim.
Para Alexandre Amorim, incorporar novas tecnologias é algo já muito natural, e que agora a inovação precisa ser no processo. “A inovação é como que esses dados podem ser disponibilizados para que outros órgãos elaborem melhores propostas de políticas públicas, otimizando o orçamento e recursos, para dar mais efetividade e capacidade do Estado a atuar”, declarou o presidente do Serpro.
“Eu creio que isso passa por muito diálogo e capacidade de concertação. É colocar os atores na mesa e começarmos a estabelecer pontes, onde o dado não é de um órgão, mas do Estado, e precisa ser tratado com muita responsabilidade”, afirmou Amorim. "Criar essa sinergia é necessário para quebrar barreiras e trazer mais capacidade de diálogo e é isso que nós temos que fazer nessa reconstrução do Brasil. Assim estamos trabalhando no Serpro, inclusive, muito alinhados à Secretaria de Governo Digital e a outros clientes”, acrescentou o presidente.
Soberania dos dados
Alexandre Amorim ainda ressaltou a consolidação da Nuvem de Governo na busca da garantia da soberania dos dados no Brasil. “A nuvem soberana deixou de ser um conceito e já é uma realidade. Da mesma forma que nós estamos tratando os dados no quesito soberania, nós temos que ter um espaço para tratar esses dados, que é a nuvem soberana: uma iniciativa das duas empresas, Serpro e Dataprev, colocando esse ambiente à disposição do governo”, informou.
Por fim, o presidente do Serpro ainda apontou a necessidade de se rever o modelo de atenção aos municípios na questão da gestão dos dados. “Precisamos também dialogar com os municípios. Se nós queremos trabalhar as questões de dados e ter uma inserção e entender esse processo de transformação digital no país, tem que ser com todos”, concluiu.
Papel das empresas públicas
Tratando sobre a questão do armazenamento e o compartilhamento de dados, no contexto dos riscos e oportunidades debatidos no painel, o secretário de Governo Digital (SGD) do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Rogério Mascarenhas, destacou a importância do papel das duas empresas públicas de tecnologia, Serpro e Dataprev.
“Essas empresas hoje têm um papel fundamental quando a gente está discutindo a soberania de dados. Não à toa, recentemente, ambas lançaram programas orientados pela SGD para criar uma visão de nuvem soberana ou de nuvem de governo, com uma visão de proteção dos dados das pessoas”, explicou Rogério Mascarenhas.
O evento
A Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados, aberta nesta segunda-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vai até sexta-feira, 2 de agosto, e acontece na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O principal objetivo é discutir os riscos e oportunidades que derivam da atual governança da Era Digital, e tratar da consolidação do Sistema Nacional de Geociências, Estatística e Dados (Singed). Para mais informações, acesse aqui.
Além do presidente Amorim e do secretário Mascarenhas, também participaram do painel, o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, o presidente da Funasa, Alexandre Mota, o CIO da SAP para América Latina e Caribe, Matheus Souza, o diretor de vendas para o setor público da Dell Technologies, Vicente Moliterno, e outras autoridades e representantes dos setores públicos e privados.