Entrevista
Tecnologia e Negócios
Diretoria de Operações: a principal artéria do Serpro
A Diretoria de Operações desempenha funções essenciais para garantir o funcionamento contínuo e eficiente das infraestruturas e serviços tecnológicos de uma organização. Ela é responsável por gerenciar e coordenar as atividades dos centros de dados, incluindo a hospedagem, processamento e armazenamento de dados, além de supervisionar a segurança da informação e a disponibilidade dos serviços. Isso inclui ações preventivas, monitoramento contínuo e a implementação de soluções para incidentes e crises.
Além disso, essa diretoria trabalha para garantir a evolução tecnológica, a automatização de processos e a manutenção da infraestrutura de TI, assegurando que os serviços oferecidos sejam inovadores e atendam às demandas dos clientes. Com foco na melhoria contínua e no desempenho dos serviços, a diretoria também lida com a análise de dados e o acompanhamento de métricas para otimizar a operação dos centros de dados.
No Serpro, essa diretoria ganhou em setembro um novo titular: Wilton Itaiguara Gonçalves Mota. Admitido na empresa em maio de 1986, o diretor tem 38 anos de Serpro e, ao longo desse período, ocupou diversos cargos relevantes como diretor, superintendente e atuou gerenciando grandes projetos da empresa.
Nesta entrevista, ele aborda as principais ações a serem implementadas junto às suas equipes distribuídas em quatro superintendências: Centro de Dados, Operações de Rede, Segurança da Informação e Planejamento, Especificação e Negociação das Contratações e Gestão dos Recursos de TI.
Quais são as suas prioridades no comando da Diretoria de Operações?
Wilton Mota - A principal prioridade é a implementação da nuvem soberana, demanda estratégica do governo brasileiro e que o Serpro será o único a ofertar no país por meio da sua Nuvem de Governo. Solução que atende as demandas do Governo Federal associadas ao modelo de produção de serviços em nuvem. A partir do primeiro semestre de 2025, trabalharemos incansavelmente na implementação da nossa nuvem soberana, sempre com o compromisso de garantir um ambiente de completa autonomia tecnológica, preservando a privacidade e a segurança dos dados.
A segunda prioridade está relacionada à segurança da informação, um tema fortemente voltado à prática operacional e à produção de serviços estratégicos. Temos uma proposta aprovada pelo presidente Alexandre Amorim para a criação de uma área dedicada ao combate à fraude.
Como será essa área?
WM - Essa nova área permitirá a formação de parcerias estratégicas, com o objetivo de estabelecer um grupo permanente para a troca de informações e desenvolvimento tecnológico no âmbito do governo federal. A criação desse grupo visa a padronização de ações para evitar iniciativas fragmentadas. Nesse sentido, estamos em diálogo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), buscando sua participação na definição de regras e padrões para o combate à fraude.
As atividades dessa área abrangerão desde a prevenção de ataques até a condução de investigações. Além disso, planejamos realizar investimentos robustos em cibersegurança, incluindo a aquisição de ferramentas de biometria comportamental e digital.
E entre os serviços que também serão desenvolvidos, destaco a criação de uma inteligência artificial voltada para o aprimoramento das soluções destinadas ao atendimento dos cidadãos brasileiros.
Qual a proposta em relação a rede de governo?
WM - Nosso objetivo é criar um grupo dedicado ao desenvolvimento de tecnologias integradas para o Estado brasileiro. Em parceria com a Telebrás, estamos desenvolvendo uma rede privada que conectará todos os órgãos federais, estaduais e municipais.
O Serpro contribuirá com sua expertise em gestão de infraestrutura, segurança da informação e prestação de serviços, enquanto a Telebrás trará seu conhecimento em conectividade, utilizando tanto satélites quanto redes terrestres. Além disso, o uso do certificado digital fornecido pelo Serpro será um componente essencial para mitigar riscos nos principais sistemas federais, garantindo maior segurança e confiabilidade.
Investir na resiliência dos sistemas estruturantes é outra prioridade da Diretoria?
WM - O Serpro não pode se limitar a atuar apenas como operador de tecnologia. Nossa missão vai além: somos desenvolvedores de soluções tecnológicas voltadas tanto para o cidadão quanto para o governo federal. Nossa vocação é garantir alta disponibilidade, fortalecer as redes governamentais e assegurar a segurança da informação. Junto à Dataprev, o Serpro desempenha um papel central na gestão da tecnologia da informação no governo, com cada entidade focada em suas áreas específicas de competência.
O Serpro terá um novo Centro de Dados?
WM - Recebemos do presidente Amorim a missão de prospectar a construção de um novo Centro de Dados em Brasília, visto que estamos operando no limite de capacidade devido ao crescente volume de serviços. O Centro de Dados é o coração da nossa instituição.