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Meio Ambiente
Tecnologia Serpro permite acompanhar dinâmica e velocidade da degradação ambiental

Muito se fala sobre os avisos de desmatamento na região da Amazônia Legal Brasileira gerados a partir do processamento de imagens de satélite. Entretanto, é importante observar que estudos baseados nesses avisos geralmente referem-se a cenários avulsos, dando visões estáticas sobre eventos que já ocorreram.
Uma solução desenvolvida pelo Serpro aborda o problema de forma diferenciada, permitindo acompanhar a evolução e a velocidade dessa degradação. "Em vez de analisar individualmente as áreas com aviso de desmatamento, a ideia é realizar a agregação espacial dos polígonos adjacentes, considerando intervalos de tempo entre esses eventos. Com isso, é possível calcular a velocidade do desmatamento ao longo do período compreendido entre esses avisos e traduzir essas informações em forma de painéis gerenciais", explica Rafael Cury Barboza, gerente de Soluções Geoanalíticas da empresa.
Esses painéis permitem, segundo ele, uma visão analítica das estatísticas relacionadas às ocorrências, como área total desmatada e velocidade média de desmatamento (em hectares por dia). Proporcionam ainda a identificação das maiores degradações em atividade e a análise da evolução desses desmatamentos. "A partir do cruzamento espacial com outras bases georreferenciadas, também é possível observar o quanto desses desmatamentos ocorre em propriedades privadas, unidades de conservação e terras indígenas", acrescenta o gerente.
Simpósio
A solução de geoprocessamento desenvolvida pelo Serpro foi a inspiração do trabalho técnico intitulado "Algoritmo de Agregação de Polígonos de Desmatamentos para a Identificação de Desmatamentos Ativos", submetido pelo analista Carlos Henrique de Moura Silva e aceito na sessão temática "Degradação de Florestas" do XX Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que ocorreu em Florianópolis, de 2 a 5 de abril.
"Tive a oportunidade de entrar em contato com especialistas e conhecer pesquisas de inúmeras Universidades Federais e do próprio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de vários eixos temáticos, como análise de séries temporais de imagens de satélites, sensoriamento remoto, processamento digital de imagens, classificação e mineração de dados. O intercâmbio com diversas iniciativas serviu para explorar a possível aplicabilidade dessas soluções nos nossos produtos", destacou Carlos Henrique.
Rodrigo Hjort, gerente de Soluções Geoanalíticas do Serpro, ressaltou a importância da participação do Serpro no simpósio. "A empresa começou recentemente a investir no desenvolvimento de soluções avançadas baseadas em geotecnologias e participar de forma ativa do maior evento técnico-científico nacional da área é motivo de orgulho para todos nós. Estarmos alinhados com a comunidade de sensoriamento remoto e geoinformática é essencial para entregarmos produtos de grande valor aos nossos clientes", avaliou.
O SBSR é um evento bienal organizado pelo INPE e pela Associação de Especialistas Latino-americanos em Sensoriamento Remoto (Selper Brasil). Seu objetivo é congregar a comunidade técnico-científica, empresarial e usuários das áreas de sensoriamento remoto, geoinformática e de suas aplicações para a apresentação de trabalhos e debates sobre pesquisas, desenvolvimento tecnológico, ensino e política científica.