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14ª Oficina de Inclusão Digital lembra o passado e projeta o futuro das ações sociais do Serpro
O segundo dia 14ª Oficina de Inclusão Digital celebrou o passado e projetou o futuro das ações sociais do Serpro. A participação da empresa foi marcada por dois momentos distintos. Na parte da manhã, houve uma oficina que trouxe experiências bem-sucedidas de combate à exclusão promovidas pelo governo e o terceiro setor. No final da tarde, foi a vez de uma apresentação com dicas e orientações práticas sobre como obter patrocínio institucional para projetos de inclusão digital.
Na discussão “Inclusão digital hoje, modelos possíveis e desejáveis”, Carlos Henrique Machado, do Serpro, trouxe a ampla experiência da estatal com telecentros, que chegaram a mais de 600 em todas as regiões do país, prestando atendimento a populações ribeirinhas, aldeias indígenas, quilombos e hospitais psiquiátricos.
Mais que uma sala de informática
“O telecentro não se resumia a uma sala de informática, mas abrangia todo um espaço para discussão. O Serpro não era apenas um doador de computadores, mas um verdadeiro parceiro das comunidades”, lembrou Carlos. “Enquanto hoje se fala em letramento digital, nós já tivemos uma Escola de Inclusão que chegou a mais de 100 mil alunos cadastrados”, complementou. Além disso, a empresa possuía uma preocupação com o lixo o eletrônico, promovendo o recondicionamento de máquinas e apoiando oficinas e redes de metarreciclagem.
No mesmo encontro, Oona Castro, diretora do Núcleo de Pesquisa, Estudos e Formação (Nupef) trouxe a experiência de sua organização para criar condições de se levar a internet, de forma segura, a regiões de difícil acesso, respeitando as características locais. “Tentamos garantir que, no local em que não há nenhum sinal, tenhamos alguma coisa. E entender as características de cada cultura tem sido uma experiência muito forte para a gente”, explicou.
Já Adriane Gama da Escola de Redes da Amazônia, falou sobre o projeto “Conectando os Desconectados”, que busca reforçar iniciativas comunitárias. “O projeto adentra em regiões de floresta e rios, incluindo os chamados ‘sete territórios’ amazônicos, com toda a sua pluralidade cultural”, relatou.
Na parte da tarde, a gerente de responsabilidade social do Serpro Regina Faria trouxe conselhos práticos para as organizações interessadas em obter apoio institucional a projetos de inclusão digital. A apresentação foi baseada na experiência com os editais Agora 2M, voltado para mulheres, e o Agora 3T, direcionado a pessoas trans e travestis.
“Match"
"Queremos facilitar o ‘match’ entre proponente e patrocinador. As ONG e Organizações Sociais têm o conhecimento de causa, mas não os recursos. Já a instituição financiadora do projeto procura agregar valor à sua imagem e identidade”, relatou. Segundo Regina, a cultura ESG, com seus pilares nas dimensões ambiental, social e de governança, abriu vários caminhos para o financiamento. “Estamos falando não apenas de mais recursos, mas também de periodicidade, já que essas iniciativas muitas vezes passam a fazer parte do planejamento estratégico das empresas”, explicou a gerente do Serpro.
Um bom projeto deve contemplar, de maneira fidedigna, os aspectos de tempo, escopo e recursos exigidos para sua implementação. Uma abordagem inicial útil é partir da “dor” daqueles que vão sofrer o impacto da ação social e propor algum tipo de solução que, por sua vez, vai resolver ou aliviar o sofrimento. Sugere-se uma especial atenção para possíveis inovações, tanto no recorte do problema, quanto na proposição da solução.
Também são necessárias medidas de desempenho, para que se possa auferir o “antes e o depois” da ação. Em relação ao custo, tudo deve ser orçado, inclusive eventuais aditivos ou novas edições ou desdobramentos alternativos do projeto. Quanto à localização, pode fazer a diferença a ação social atingir regiões que, via de regra, não são contempladas por esse tipo de iniciativa. Outras dicas são cuidar da apresentação de sua organização (como ela aparece no Google?) e regularizar sua situação jurídica.
Confira as fotos no Flickr do Serpro.