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Hackathon Serpro e Mapa incentiva redução de emissão de carbono na Amazônia
A força do trabalho coletivo da inteligência brasileira foi a marca do Hackathon Desafio Serpro e Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), realizado durante a Campus Party Amazônia. Em apenas 48 horas, 16 equipes apresentaram suas propostas para auxiliar agricultores e pecuaristas da Amazônia Legal a implementarem práticas sustentáveis que gerem benefícios ao produtor e ao meio ambiente. Na noite deste sábado, 14 de outubro, foram anunciados os três primeiros colocados da competição.
O objetivo do Desafio Serpro e Mapa foi o de buscar soluções que colaborassem com a implementação do Programa ABC+, do governo federal. O programa trabalha, desde 2010, pela implantação de 14 tecnologias que reduzirão drasticamente a emissão dos gases pelo setor agropecuário brasileiro. O hackathon contou com 182 participantes, distribuídos em 32 times, dos quais 16 submeteram seus trabalhos, concorrendo aos prêmios de R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil. Além disso, a atividade obteve o apoio de 25 mentores, presenciais e online.
Tempo curto, mas alta qualidade
Para o superintendente de Negócios Estratégicos do Serpro, Bruno Vilela, esse hackathon foi uma experiência muito rica, que reuniu números expressivos para um desafio de 48 horas apenas. "Não só os premiados, mas todos os trabalhos tiveram de alguma forma a resposta que viemos buscar, de como ajudar o produtor rural a ser mais sustentável aqui na Amazônia. Cada trabalho teve uma particularidade, mas todos eles preocupados com a conectividade local, pensando no produtor independentemente de onde ele esteja”, pontuou.
Bruno Vilela entende que todos os trabalhos têm potencialidade de implementação. “Nós identificamos boas ideias a serem aplicar nos projetos junto com o Mapa dentre os 16 que foram apresentados. Estamos hoje desenvolvendo a Plataforma ABC+ e conseguimos enxergar que essas ideias traduzem esse programa de governo, essa política pública”, acrescentou o superintendente.
Leosmar Tavares, assessor técnico de Inovação do Ministério da Agricultura, defendeu que as tecnologias que foram abordadas no evento através do tema do desenvolvimento sustentável e da agricultura de baixa emissão de carbono se conectam com o conjunto de inovações e de iniciativas que o Mapa está promovendo em parceria com o Serpro.
Para o assessor, um dos destaques do Desafio foi obter o olhar do público jovem. "Essa juventude traz a conexão de base tecnológica e propõe soluções que podem chegar ao produtor, que está lá na ponta, aplicadas na agricultura sustentável", frisou. "Foram bastante inovadores os processos, os projetos, os pitchs. Tenho certeza de que daqui podem sair soluções e iniciativas para os produtores rurais e para o nosso país", concluiu.
O chefe da Embrapa Amazônia Ocidental, Everton Cordeiro, avaliou positivamente a primeira participação da instituição em uma Campus Party, a convite do Serpro. “Uma oportunidade muito grande de estar no meio da juventude, cheia de ideias, poder ver pela perspectiva deles quais são as necessidades”, realçou.
“Nós da Embrapa saímos muito impressionados com as propostas que foram apresentadas aqui e com a rapidez e com a capacidade que essa geração tem. Foram 48 horas para apresentar uma proposta, uma solução de um problema”, impressionou-se Everton, que também salientou o fato de alguns dos competidores serem filhos de produtores rurais. “Eles estão apontando soluções para situações que eles vivenciam”, complementou o pesquisador.
Conheça os vencedores
Em terceiro lugar, recebendo o prêmio de R$ 5 mil, ficou a equipe FlorestLink, com um integrante presencial e os demais de forma remota. Foram eles: Deangelly Figueiredo, Pedro Henrique, Jonathan Bruno e também Thiago Soares, que participou no evento e considerou a maratona bem desafiadora pelo tempo e pela complexidade. “O que nós refletimos foi: além de ouvir os agricultores, quem está ouvindo a floresta amazônica? E foi com essa motivação que pensamos em não só chegar ao agricultor, mas fazer com que o agricultor nos ajude a proteger a nossa floresta”, defendeu Thiago. “Assim, criamos um projeto para instalar sensores de monitoramento que combatam as queimadas e o desmatamento ilegal, que são dois dos maiores causadores da emissão de carbono”, analisou.
A segunda colocação, com a premiação de R$ 10 mil, foi conquistada pela equipe ABC Hub, com participantes disputando a maratona presencialmente. O time foi composto por Vanessa Ostroski, Miguel Arcângelo e Gustavo Araújo. Uma das grandes preocupações do grupo foi com a conectividade. “Nós também focamos em poder disponibilizar as informações de forma offline para que mesmo produtor rural em conexão limitada pudesse ter acesso aos conteúdos”, afirmou Miguel ao receber o prêmio.
E, em primeiro lugar, ficou a equipe Pequi com Jaraqui, atuando 100% de forma online com os componentes Milena Valenze, Gabriel Gomes, Wanessa Letícia e Lucas Maracaípe. Eles apresentaram o projeto ReduC.
Soluções premiadas
1º lugar: Projeto ReduC
A proposta do projeto ReduC é a construção de um aplicativo que agregue informações úteis para o produtor, com base no seu perfil. Dentre as funcionalidades previstas, será disponibilizado um formulário para que o produtor responda sobre suas práticas e indicadores de emissões de gases. Essas informações, dispostas em gráficos e imagens de satélite, mostram os dados por período, permitindo acompanhar os resultados. Oferece, ainda, notícias do meio rural, informações sobre benefícios, guias práticos e interligação com os canais oficiais do governo. Tudo isso pode ser feito também offline e, quando o aparelho estiver conectado, há uma sincronização automática para atualizações.
2º lugar: ABC Hub
Com a disseminação correta de informações, o produtor pode usar tecnologias e técnicas que aumentem sua produção em até 260%. Baseado no treinamento especializado em conjunto com pesquisas sofisticadas, a solução apresentada é uma plataforma web que funciona também offline e oferece ferramentas para ajudar o produtor rural a aumentar sua produtividade usando práticas sustentáveis. Dentre as ferramentas, um chat com inteligência artificial para compartilhar conhecimentos e experiências, desenvolvido em um modelo de linguagem gerativa treinado com mais de duas mil páginas de artigos relacionados à agricultura sustentável.
3º lugar: Projeto FlorestLink
A solução da FlorestLink estabelece uma rede de monitoramento em tempo real, equipada com uma ampla gama de sensores de última geração que permitirão a transferência e a apresentação de informações por uma interface centralizada, demonstrando capacidade não apenas em escala, mas também em impacto. O projeto tem o foco de instruir os agricultores sobre a importância da mudança climática e a redução de emissões de carbono, enfatizando o monitoramento em tempo real. Ao unir a tecnologia e o compromisso ambiental dos agropecuaristas, o projeto acredita que pode efetivamente proteger a Amazônia. A solução pretende ser de fácil uso e acessibilidade offline, para ser usada em todos os lugares.