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Meio Ambiente
Tecnologia auxilia o Brasil no combate ao desmatamento ilegal
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sob a Coordenação da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) e da Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação (CGTI), lançou na quarta-feira, 7 de dezembro, sua mais nova ferramenta de conservação da biodiversidade brasileira e de fomento do mercado legal de produtos florestais. Trata-se do Sistema DOF+ Rastreabilidade, desenvolvido pelo Serpro, empresa de TI do governo federal.
A solução é uma evolução do Sistema DOF, que integra os documentos de transporte florestal federal e estaduais. O objetivo dessa reformulação é disponibilizar uma plataforma mais moderna e robusta que favoreça a eficiência dos mecanismos de rastreabilidade, aumentando a transparência e reafirmando a legalidade do processo autorizativo da cadeia produtiva dos recursos florestais.
"A solução representa uma verdadeira revolução para a gestão florestal brasileira e coloca o Ibama na vanguarda mundial no uso de soluções tecnológicas destinadas ao controle de produtos florestais de origem nativa", declarou o superintendente de Clientes Finalísticos, Brenno Sampaio. "Trata-se de um projeto desafiador, com praticamente dois anos de trabalho e equipes altamente especializadas do Serpro e do cliente. É motivo de muito orgulho para todos nós que contribuímos com essa entrega de valor para o Estado e para a sociedade", celebrou.
Como funciona
O Sistema DOF+ Rastreabilidade é um ambiente online que possibilita, aos usuários, a emissão da licença obrigatória para transporte de produto florestal, o acompanhamento de saldos, o registro de transformações de produtos e outras funcionalidades relacionadas ao controle exercido pelo sistema, conforme previsto em lei. Todas essas operações baseiam-se em créditos de produtos florestais, tal qual uma conta bancária na qual são registradas entradas e saídas. A tecnologia será utilizada por pessoas e empresas que exploram, transformam, comercializam, transportam e armazenam recursos florestais, além dos órgãos ambientais, de fiscalização e investigação.
“Este pode ser considerado o melhor sistema de controle de produtos florestais de origem nativa do mundo, pois abrange desde o lançamento do volume inicial, no local de extração do produto ou de entrada no país via importação, até o ponto do consumo final, exportação ou transformação em mercadoria desobrigada do controle do DOF, como instrumentos musicais e móveis, por exemplo”, avalia Rafael Macêdo, coordenador-geral de gestão e monitoramento do uso da flora no Ibama.
Brenno Sampaio também destacou a importância deste monitoramento dos créditos florestais durante todo o ciclo da cadeia produtiva. "Isso contribui ativamente para a redução do desmatamento ilegal e proporciona um ambiente de negócios mais seguro e confiável ao mercado que atua na comercialização desses produtos", acrescentou o superintendente do Serpro.
Benefícios
De acordo com Fernanda Simões, coordenadora de monitoramento do uso da flora, a nova solução vai trazer inúmeros benefícios para o país: do controle mais eficaz da cadeia de custódia, a um maior poder de investigação nos trabalhos de inteligência, passando pelo atendimento das exigências de clientes externos em relação à origem legal dos produtos brasileiros exportados.
“Dois pontos desta inovação que merecem destaque são o controle do fluxo da cadeia produtiva da madeira, via geração de créditos, e a garantia de origem legalizada dos produtos monitorados pelo sistema. Tudo isso gera confiabilidade ao mercado e garante maior valor agregado aos produtos comercializados”, explica Fernanda Simões.
Por fim, e não menos importante, a tecnologia vai contribuir no combate ao desmatamento ilegal por meio da fiscalização do transporte em todo o território nacional. “Uma das principais armas que o DOF+ vai oferecer para esse trabalho é um conjunto de painéis analíticos contendo os relatórios operacionais que subsidiarão tanto ações fiscalizatórias como apoiarão a gestão do controle florestal em nível nacional”, completa João Pessoa, diretor de uso sustentável da biodiversidade e florestas.