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ESGtec
Governança corporativa incorpora agenda ESG com foco na tecnologia

A governança é um dos eixos constitutivos do ESG. No mundo corporativo, é um conjunto de ações a serem adotadas para fortalecer o controle dos processos internos, com objetivo de estruturar e manter a ética, a conformidade e a transparência nos negócios. Ações essas que visam, ainda, evitar práticas desleais e combatem a corrupção, passando a ter a função de apoiar o direcionamento de uma empresa em relação ao seu papel ambiental e social, que completam a sigla ESG.
Dessa forma, é a Governança que vai organizar os princípios e processos da gestão de uma empresa, não apenas para assegurar que a organização obedeça às leis e normas com foco no desempenho, mas também tendo em conta o envolvimento na proteção ambiental, na responsabilidade social, no respeito aos direitos humanos e no tratamento dos funcionários, fornecedores e acionistas, além de outras questões.
A governança no Serpro e o ESG
Com a adoção da sua Agenda ESGtec, o Serpro assumiu o compromisso de incorporar novos princípios à sua governança. Para saber mais sobre essas mudanças, o Portal Serpro entrevistou a superintendente de Controles, Riscos e Conformidade da empresa, Ana Flávia Bastos Guedes Resende.
Ana Flávia Resende tem experiência em gestão organizacional, coordenando esforços de otimização da regulamentação dos processos corporativos e da reestruturação organizacional, com foco em novas práticas de mercado. Atuou, ainda, nas áreas de gestão documental e regulamentação, de gerenciamento da regulamentação empresarial e do processo decisório, Chefiou o departamento de estrutura organizacional, gestão de projetos, processo decisório e normativos empresariais. Atualmente, é também uma das principais lideranças do eixo Governança no ESGTec. Confira a entrevista.
Portal Serpro - Quais ações do eixo governança sob a sua liderança têm sido priorizadas na implantação da Agenda ESGtec do Serpro?
Ana Flávia Resende - O Serpro conquistou um amplo reconhecimento em governança empresarial pelo elevado nível de maturidade que vem alcançando ao longo dos anos, obtido a partir da aplicação de metodologias de aferição pelos órgãos de controle do Estado brasileiro e do mercado. Temos um compromisso a cumprir com a sociedade brasileira – e agora também internacional, à medida em que a empresa expande seus serviços – e isto passa pela integridade institucional e pela adequada governança corporativa.
Com a agenda ESGtec, iniciamos uma série de ações que visam dar maior conformidade institucional a esse tema, incorporando-o no cotidiano da gestão da empresa. É o momento de integrar as três linhas dessa agenda (ecoambiental, social e governança) no Serpro, no sentido de aprimorar os processos de Governança, Riscos, Conformidade, Correição e Integridade, que chamamos pela sigla GRCI.
Portal - E o que norteia o planejamento e a execução das ações?
Ana Flávia - As ações estão alicerçadas na premissa que incorporamos ao ESGtec, a de que o Serpro busca desenvolver serviços cada vez mais acessíveis, facilitar acesso do cidadão a eles e, também, por meio da educação digital, trazer para o mundo virtual a parcela dos brasileiros que hoje ainda não está plenamente inserida. Nesse sentido, em conjunto com as mais diversas áreas na empresa, identificamos um rol de metas, iniciativas e indicadores que permitirão aferir o deslocamento de eixo da empresa no sentido da maturidade do tema ESG, que conta com o direcionamento do Comitê Estratégico ESG do Serpro.
Portal - Por que é importante revisar a Política de Integridade do Serpro em função da agenda ESGtec?
Ana Flávia - O Programa de Integridade, que compõe o Modelo de Governança Corporativa, está sendo atualizado com vistas a uma melhor apropriação das temáticas governança, ecoambiental e social. São temas que já estavam previstos desde a primeira versão do modelo, em razão da preocupação natural da empresa com esses assuntos desde a sua criação. Isso caracteriza nossa integridade institucional e nos permite contar com um conjunto estruturado de medidas focadas na educação, prevenção, detecção, punição e remediação de práticas de corrupção, fraudes, irregularidades e desvios éticos e de conduta.
Portal - A empresa também está atualizando sua política e metodologia de transações com partes relacionadas. Você pode explicar melhor o que é isso e qual a sua relevância?
Ana Flávia - Nesse foco, estamos investindo na capacitação das áreas envolvidas do Serpro e na implementação de ferramentas que viabilizem a execução da política de transações com partes relacionadas. Essa política tem o objetivo de consolidar procedimentos a serem observados em transações como transferência de recursos, serviços ou obrigações entre as partes, que são as pessoas físicas, empresas ou entidades. E também envolve o tratamento de questões associadas aos potenciais conflitos de interesses, zelando pela competitividade, conformidade, transparência, equidade e pela comutatividade, característica esta da relação que é proveitosa para todas as partes.
Portal - O tratamento dos riscos tem se destacado no tema da gestão corporativa. O que tem de novo na abordagem do Serpro sobre isso e com quais impactos?
Ana Flávia - Para que a tríade ecoambiental, social e governança (ESG) aconteça de forma efetiva e alcance os resultados esperados, também estamos revendo nosso mapeamento de riscos e controles internos, que assegurará aos especialistas, gestores e administradores envolvidos a identificação de fatores de mitigação a serem adotados por toda a empresa.