Notícia
Pagamento Eletrônico
PIX é a nova aposta para o sistema de pagamentos
O PIX – pagamentos instantâneos é um tema em alta em 2020. Neste mês de agosto, ele ganhou ainda mais destaque por conta da publicação, no último dia 12, da resolução nº 1 na qual o Banco Central define que a nova forma de pagamento deve entrar em funcionamento em novembro de 2020.
“O PIX é um novo meio de pagamento eletrônico com características que vão suprir lacunas que identificamos em relação aos meios tradicionais existentes. O recebimento dos recursos financeiros, por exemplo, passará a ser em segundos, algo que não existe em nenhuma forma de pagamento atualmente disponível. Além da instantaneidade, o PIX traz a disponibilidade 24 por 7, que permitirá que transferências, como DOCs e TEDs, sejam feitas sem limitação de horários”, ressalta Breno Lobo, representante do Banco Central do Brasil.
Outra vantagem do PIX será sua multiplicidade de uso. “Hoje, não há nenhum meio que possa ser usado para todos os tipos de pagamento efetuados no país. Para pagamentos de contas, faturas, serviços públicos, impostos, salários, benefícios sociais, e independentemente do valor: todo e qualquer pagamento que se imaginar poderá ser feito, no país, por meio do PIX”, reforça Lobo, que é do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos, no Banco Central.
Preparação
O PIX, por ser algo novo, exigirá uma preparação, inclusive tecnológica, por parte das instituições financeiras. Mas as instituições já estão, é claro, antenadas ao assunto e acreditam que o novo arranjo de pagamentos PIX será benéfico para o país.
“Essa mudança no sistema de pagamentos é um marco tão relevante quanto a abertura do mercado de cartões, que também iniciou por meio da regulação do Banco Central, em 2013. Vamos entrar numa nova era, em termos de pagamentos, com os diferenciais do PIX”, acredita o diretor executivo de TI, Produtos e Operações do Banco Original, Raul Moreira.
O diretor de Assuntos Regulatórios e Jurídicos do Ebanx, Gilberto Martins, complementa: “O PIX resolve um problema econômico para quem vende e para quem recebe. Primeiro, por conta da liquidez, representada pelo dinheiro na conta em 40 segundos. Segundo, por conta das mudanças relacionadas ao MDR (a taxa de desconto das maquininhas), já que os recebedores passarão a não depender mais dos valores negociados com os credenciadores, o que já é um ganho absurdo, numa transação de compra”, ressalta ele. “Já na transação de transferência, o estabelecimento terá transações com custos menores e poderá, assim, oferecer serviços, produtos e preço melhores na ponta”, acrescenta Martins.
Serviços públicos
Instituições governamentais começaram a firmar acordos com o Banco Central para uma integração ao PIX. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por exemplo, firmou parceria para que contas de luz sejam pagas com PIX. Já o Tesouro Nacional usará o sistema de pagamentos instantâneos no Guia de Recolhimento da União (GRU), para facilitar o processo de pagamento de cidadãos e empresas de taxas para a União.
“É um trabalho que será feito pelo Tesouro, e por outras instituições de governo. O PIX vem para modernizar o Estado e reduzir o seu custo. A partir do momento que se tem liquidações imediatas, gera-se uma flexibilidade muito maior na ponta, permitindo que cidadão e governo realizem transações mais transparentes e seguras”, enfatiza o head de Produtos de Informação e Inteligência do Serpro, Rafael Ferreira. “Falamos sobre o PIX na conta de luz, mas ele poderá perpassar qualquer área do mercado, governo. Vai chegar no pagamento das multas de trânsito, no comércio exterior. Ou seja, quando o país trabalhar o PIX em larga escala, veremos uma redução de custo para a sociedade, de forma direta e perceptível”, aposta Ferreira.
Os especialistas acima participaram de um webinar sobre o PIX promovido na última sexta-feira, 28, pelo Serpro – empresa parceria do governo na modernização dos serviços digitais. Para assistir ao evento completo, clique aqui.