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Inovação
Palestrantes do Brasil, Colômbia e Israel debatem tendências da transformação digital

Na 5ª Semana de Inovação, as palestras da manhã de quarta-feira, dia 6 de novembro, reuniram o presidente do Serpro, Caio Paes de Andrade, a colombiana María Isabel Mejía e o israelense Yossi Sassi. Os três participantes apresentaram suas perspectivas em relação ao tema “Tendências da Transformação Digital”. Foram compartilhadas as visões do presidente da maior empresa de TIC da América do Sul, de uma gestora pública que já foi vice-ministra de Tecnologias e Sistemas de Informação da Colômbia e, ainda, de um hacker militar ético que também é guitarrista e chegou a concorrer ao Grammy.
Momento “Roto-Rooter”
Fazendo uma provocação à audiência, Caio Paes de Andrade começou sua apresentação perguntando o motivo de ter saído do setor privado e aceitado trabalhar em Brasília. De acordo com o presidente do Serpro, ele veio contribuir justamente com seu espírito empreendedor. “Vim vencer no setor público, vencer desafios e minhas próprias limitações. Então, por que não utilizar as ferramentas que desenvolvi como empresário?”, questionou.
Na visão do presidente do Serpro, diagnósticos para melhoria da gestão administrativa já teriam sido feitos, mas, quanto aos planos de ação, ainda haveria desencontros, desalinhamentos, inconsistências e muita perda de energia. “No governo, muita gente desiste diante dos obstáculos”, avaliou.
Para combater essa questão, o presidente criou, no Serpro, o “momento Roto-Rooter” (empresa de desentupimento que emprega milhares de encanadores em todo o mundo). “Recebo, uma vez por semana, uma lista de processos que pararam por resistências externas. Aí, eu mesmo ligo para o responsável e desentupo o processo. É simples e eficaz”, ressaltou. Dentre alguns produtos vitoriosos do Serpro, Caio Paes de Andrade destacou o gov.br, que já é o maior portal de serviços públicos do mundo, o CRLV digital e o Sisdepen, que fará o censo penitenciário digital.
Assista ao vídeo com a participação completa do presidente do Serpro na Semana de Inovação
Pegadas Digitais
Já a colombiana María Isabel Mejía, especialista em Governo Digital e Inovação Pública no Banco de Desenvolvimento da América Latina, falou sobre os perigos da perda de privacidade e autonomia na relação com o mundo digital.
Mejía alertou que a navegação, postagens, likes, acesso a anúncios, toda nossa vida na internet, está sendo constantemente observada e registrada e avaliada. “Isso pode levar a várias formas de discriminação”, explicou. Segundo Mejía, as “pegadas digitais”, por exemplo, podem ser utilizadas por um sistema de inteligência artificial que avalia perfis na seleção de candidatos a emprego. E mais, na medida em que as máquinas vão aprendendo cada vez mais sobre seus usuários, passam a delegar suas escolhas. “Se o algoritmo lhe conhece melhor que você mesmo, você perdeu o controle”, alertou a colombiana.
Tudo pode ser hackeado?
Yossi Assi começou sua apresentação tocando guitarra. O israelense faz um chamado “hackeamento ético”, invadindo ambientes virtuais, justamente para melhorar o seu “sistema imunológico”. Baseado em sua experiência, Assi foi categórico: “qualquer organização pode ser hackeada”. Sustentou seu argumento projetando vídeos que demonstram várias possibilidades de quebra de segurança. O hacker fechou a apresentação afirmando que “tecnologia é algo belo, mas é, também, uma espada de dois gumes”. Relatou que o foro econômico mundial elencou a possibilidade de ataques cibernéticos como um dos maiores riscos à estabilidade das finanças no planeta.