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Trânsito nas cidades pode ter gestão facilitada
Desde sua aprovação em 1998, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determinou que a administração de trânsito nas cidades brasileiras deveria ser municipalizada. A decisão, que pode ser vista como um passo rumo a um aumento das responsabilidades destes entes federativos, pode também representar um crescimento da complexidade e dos custos operacionais de suas administrações. Mas a introdução de novas soluções para automação e centralização pode dar a prefeituras a possibilidade de cuidar de suas ruas a um custo mais baixo do que pensam.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para que um município seja integrado ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), é necessário que ele cumpra cerca de 21 atribuições descritas no CTB e crie um órgão dedicado à gestão de atividades como engenharia de tráfego, fiscalização e educação de trânsito e análise estatística de informações. Administrativamente, a maioria dos municípios prefere reestruturar um órgão já existente, como uma secretaria ou um departamento. Esta é a parte fácil: alguns estados, como o Rio Grande do Sul, possuem cerca de 472 municípios já integrados ao SNT. O desafio surge na hora de fazer a gestão.
Desafios e possíveis caminhos de resolução
Prefeituras grandes e pequenas podem fazer esta gestão automatizada: desde grandes capitais como São Paulo até pequenos municípios turísticos como Sirinhaém, em Pernambuco. As dificuldades, no entanto, costumam ser as mesmas, independente de características como população, área, tamanho da frota e extensão das vias. Entre os principais obstáculos no caminho dos órgãos autuadores dos municípios, está a necessidade de se manter diversos contratos relacionados à gestão de trânsito em sua jurisdição. O mais comum é que haja uma solução de atendimento e gerenciamento das infrações; um contrato para as soluções mobile utilizadas para notificação e consultas; um contrato para a gestão dos radares e câmeras de trânsito; além da impressão e envio, por via postal, das multas para os motoristas autuados.
Dependendo da solução utilizada, a automação das soluções pode representar uma redução de até 50% no custo de processamento de multas, além de maior controle financeiro do talonário eletrônico das penalidades impostas às infrações de trânsito. Em alguns casos, ainda é possível fazer a gestão da postagem das infrações aos motoristas e fazer uso de ferramentas analíticas e de inteligência artificial para validar as multas e analisar recursos e defesas.
Um caso emblemático é o do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal. O órgão, que administra também os sistemas de trânsito dos núcleos urbanos do DF, adotou uma solução integrada de gestão de tráfego de veículos e obteve números surpreendentes: em um ano, a economia estimada pelo uso desta solução foi de quase R$ 17 milhões, sendo que, deste total, quase R$ 9 milhões vieram das postagens das notificações de multas, e mais R$ 5,5 milhões vieram da redução de custos com o processamento das infrações.
Além disso, de acordo com o DER/DF, o uso de uma plataforma eletrônica possibilita desafogar os pontos de atendimento físico do departamento. O condutor passa a poder acompanhar remotamente o trâmite de sua infração de trânsito, sem precisar enfrentar longas filas ou abrir mão de compromissos para resolver questões burocráticas. Maior conforto, maior satisfação.
E o que o Serpro pode fazer por minha prefeitura?
O DER/DF, bem como prefeituras de grandes cidades como Campina Grande, na Paraíba, e Joinville, em Santa Catarina, utilizam o Radar, sistema desenvolvido pelo Serpro com foco na gestão de trânsito e tráfego. A solução é capaz não só de centralizar o recebimento de infrações dos equipamentos de fiscalização, mas também possibilita a automação do envio de notificações, oferece maior facilidade na análise e julgamento de recursos, e dispõe de ferramentas analíticas com base em redes neurais para melhor compilar estatísticas de trânsito. Saiba mais sobre a ferramenta.