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Tecnologia
Por que os softwares estão indo pra nuvem e o que isso significa?
Empresas de todos os tamanhos estão migrando seus sistemas para a nuvem. Isso quer dizer que cada vez mais os softwares, que antes ficavam instalados nativamente nos computadores dos clientes, passam a ser acessados, total ou parcialmente, de forma remota pela internet. Mas como funciona esse modelo de distribuição e quais as vantagens que ele oferece para clientes e desenvolvedores?
Na avaliação de Rafael Ferreira, gestor da linha de negócio de Serviços em Nuvem do Serpro, o investimento nessa tecnologia decorre do fato de que as empresas buscam se especializar no seu "core business", ou seja, naquilo que elas realmente sabem fazer. "Quando uma empresa de software também se preocupa com a gestão de infraestrutura de recursos computacionais, ela divide seus recursos, seu tempo e suas capacidades, o que pode prejudicar uma das frentes. Então, se eu trabalho com software, a minha única preocupação deve ser o software, sua qualidade e a experiência que ele cria para o usuário. E é aí que a nuvem entra", afirma o especialista.
De acordo com ele, ao migrar o sistema para a nuvem, a gestão de rede, os recursos computacionais, a segurança e outros fatores podem ser terceirizados, repassados para quem sabe fazer isso como sua principal atividade. "Com isso, eu não divido esforços e nem recursos. Eu busco o parceiro ideal, que sabe fazer isso de uma forma que custe menos do que se eu fosse fazer, porque ele tem ganho de escala. E eu me preocupo apenas com meu software e a minha experiência do usuário", acrescenta.
Rafael explica que rodar um sistema dentro de um navegador web, ou seja, 100% na nuvem, traz inúmeros benefícios para os desenvolvedores. O primeiro é deixar de se preocupar com a infinidade de combinações de hardware que o usuário pode ter. "Quando você está na nuvem, basta atender aos requisitos dos navegadores mais modernos, como o HTML5 e o WebGL, para ter a garantia que a grande maioria dos computadores irão utilizar o seu software da mesma forma, com segurança e com a garantia de uma boa experiência", pontua.
Outra vantagem é a maior facilidade e velocidade na aplicação de melhorias e evoluções no software, pois não existe mais a necessidade de planejar esquemas de atualização em todos os clientes. Tudo é feito diretamente na nuvem, sem impacto nas máquinas dos usuários. Além disso, o atendimento de suporte tende a ser mais rápido e fácil, pois a amplitude de configurações dos usuários é menor.
Tudo isso, resume Rafael, implica redução de custos para o desenvolvedor e, consequentemente, reverte-se em um preço menor para o cliente final.
Flexibilidade
Um software não precisa estar inteiramente na nuvem para aproveitar os benefícios desse modelo de distribuição. Na verdade, explica Rafael, existem limites importantes a observar na hora de definir sua estratégia. "Para algumas aplicações que demandam performance, rodar nativamente ainda é melhor. Porque você tem que pensar que rodar o software na web implica numa dependência de conexões de rede, operadoras e outros fatores que estão fora do controle do usuário e do provedor do serviço", alerta.
Para ilustrar a flexibilidade que o modelo oferece, o gestor cita os aplicativos móveis, que aproveitam o potencial do conceito numa zona intermediária entre 100% nuvem e 100% nativos. "Um exemplo interessante são os aplicativos de GPS. Quase todos eles baixam o mapa daqueles locais que você geralmente anda, para depender menos da sua rede, ou dão uma opção para você delimitar áreas offline. Aí quando você pede para ir do ponto A ao ponto B, ele consegue fazer a rota porque já tem o mapa, mesmo sem o 4G. Agora, se tem um acidente de trânsito no caminho, aí só estando na nuvem para ser informado", diz.
Para Rafael, o advento da nuvem foi um dos fatores fundamentais que permitiram a emergência e efervescência desse modelo de aplicativos de celular. "Se você voltar lá atrás, perceberá que baixar um aplicativo para dentro do seu celular era complexo. Não tinha uma loja e você dependia de muitas coisas. Se você era desenvolvedor, tinha que se preocupar em ter um servidor e ter uma boa rede para oferecer acesso ao seu servidor. Hoje você simplesmente coloca tudo isso na nuvem, pagando valores cada vez mais baratos, por causa da massificação. É isso o que permite desenvolver grandes aplicativos com um mínimo investimento, porque todo backstage desses sistemas foi terceirizado", avalia.
O Serpro e a nuvem
Desde 2010 a empresa investe em infraestrutura e pesquisa e trabalha para oferecer soluções nos três principais níveis de nuvem no mercado. O primeiro é a infraestrutura como serviço, ou seja, um serviço padronizado e automatizado, no qual recursos computacionais, complementados por capacidades de armazenamento e rede, são hospedados pelo Serpro e oferecidos a seus clientes sob demanda.
Nos próximos meses, anuncia Rafael Ferreira, será ofertado ao mercado público o Estaleiro, solução já em uso interno na empresa. "Trata-se do segundo nível, uma infraestrutura e plataforma como serviço, que fornece ao desenvolvimento a liberdade de desenhar e implementar a arquitetura de produção de seus serviços conforme achar adequado. É um ambiente de desenvolvimento sob medida para as necessidades do cliente", destaca.
Já no terceiro nível, que é o software como serviço, estão os sistemas do Serpro em oferta para o mercado público de todas as esferas e também para o setor privado. "Quem comprar esse software, vai comprar um pacote pronto para utilização. O cliente não precisa se preocupar com recursos computacionais. Rede, segurança, servidores, backup: tudo isso é responsabilidade nossa", afirma o gestor de Serviços em Nuvem do Serpro.
São inúmeras as opções em oferta na nuvem, tanto na plataforma tradicional para os grandes clientes governamentais, quanto para os novos clientes. Acesse o portfólio do Serpro e conheça os detalhes de algumas destas soluções, como o Radar, SNE e Lince.