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Para criar um software como e quando você quiser
Você já viu como funciona uma linha de montagem de carros? De maneira abreviada, da estamparia até o motor ser ligado, homens e máquinas trabalham, em sincronia, para criar de modelos populares a carros de luxo. Um equivalente a isso, saindo do campo automobilístico para o tecnológico, é a Plataforma como Serviço, ou simplesmente PaaS. De acordo com especialistas, a PaaS é uma alternativa muito interessante para os negócios, pois é ela que permite, por meio de um ambiente preparado com uma gama de ferramentas de TI, a criação ágil de diversos tipos de software.
Para entender o porquê dessa ótima fama da PaaS, é importante lembrar que ela é uma plataforma completa de desenvolvimento e implantação na nuvem, com funcionalidades que permitem fornecer de aplicativos simples a sofisticados softwares governamentais ou empresariais. A PaaS também conta com servidores, redes, outros recursos de hardware - da mesma forma que a Infraestrutura como Serviço (IaaS) – e com múltiplas ferramentas de desenvolvimento, de business intelligence, de gerenciamento de banco de dados. E, como a estrutura a ser usada é nos moldes de serviço, é o provedor da plataforma que cuida de praticamente toda a operação para seu cliente.
“Optar pelo uso de uma Plataforma como Serviço significa não mais se preocupar em gerenciar máquinas, regras de firewall, banco de dados, entre outras opções de infraestrutura que a plataforma já controla, o que dá autonomia para que um cliente possa, de fato, focar no core do negócio. Isto é, focar mais em inovações e estratégias para a instituição ou seu público externo”, explica Horácio Moreira, especialista em Gestão de Produtos e Infraestrutura de TI no Serpro. “Segundo o Gartner, a tendência é você ter uma PaaS, ou alugar uma. Logo, chegar a esse nível de plataforma significa estar habilitado para o futuro da operação tecnológica e para a transformação digital que exige, cada vez mais, qualidade e agilidade na prototipação, desenvolvimento, teste e implantação de softwares, além de redução de custos e economia em escala."
As características acima são algumas das muitas que fazem com que a Plataforma como Serviço acelere o desenvolvimento de software nesse mundo digital, móvel e integrado, no qual novas necessidades surgem a cada momento. Entre o que pode ser construído com o suporte da PaaS estão os games 3D, soluções para a Internet das Coisas, e-commerce e apps para celulares. E os entes federal, estadual, municipal, e as empresas privadas que querem se conectar mais ao governo ou alavancar os negócios, também podem, ou melhor, devem, usufruir dessa plataforma.
O que você, do governo ou de uma empresa, ganha com uma PaaS?
Grandes empresas privadas do mercado de TI ofertam soluções nos três principais níveis de nuvem. O Serpro, maior empresa pública da América Latina, também tem soluções de Software como Serviço, Infraestrutura como Serviço e, evidentemente, possui uma poderosa Plataforma como Serviço: o Estaleiro. A referência ao local onde embarcações são construídas e reparadas não é por acaso. O Estaleiro, com sua infraestrutura automatizada, orquestrada e munida de autosserviços, está projetado para concretizar o conceito de DevOps, uma metodologia que explora a integração entre desenvolvedores de software e profissionais de operações de TI. E os setores público e privado podem, é claro, usufruir do Estaleiro, esse inovador ambiente de desenvolvimento sob medida para as necessidades do cliente.
“A velocidade com que as equipes conseguem entregar produtos e serviços é um dos destaques do Estaleiro. Sem contar que ele é uma plataforma Open Source que possui ferramentas de hardware e software do mesmo nível do que se tem no mercado, com a vantagem que é uma plataforma que conhecemos bem e, nós mesmos gerenciamos e evoluímos. Criamos funcionalidades específicas para monitoração, segurança, compactação”, exemplifica Ricardo Katz, especialista em Engenharia de Nuvem e Automação no Serpro. “Usamos aqui não só o que tem de melhor, como devolvemos para o mercado de TI e comunidades livres os códigos que fizemos para essas funcionalidades”, frisa.
Um cliente do Serpro já pode, atualmente, ter um software desenvolvido, hospedado e monitorado dentro do Estaleiro. Até agora, já são mais de 30 produtos incluídos na plataforma, idealizada no fim de 2016. Um cliente pode, ainda, optar por contratar apenas o acesso a conteúdos que estão em sistemas armazenados no Estaleiro, como às APIs de consulta às bases do CPF e do CNPJ, atualizadas constantemente pela Receita Federal. Ou seja, são soluções que podem tanto auxiliar o governo federal, estadual e municipal, nas rotinas de gestão pública, como ajudar empresas privadas que desejem visualizar, com segurança e confiabilidade, dados de e-gov necessários a seus negócios.
“O Serpro é uma empresa do governo, que desenvolveu um produto com as regras de negócio do governo, e que conhece como tudo funciona de ponta a ponta. Quem faz a gestão de segurança é o próprio Serpro, todo o armazenamento é dentro da casa, no nosso país”, reforça Ricardo Katz. “E a iniciativa privada que consumir dados via APIs, por exemplo, tem acesso veloz, sem o risco de uma latência alta, e a informações direto do governo. É um nicho de mercado muito adequado, que o Serpro tem total capacidade de prover”.
E mais. Em 2018, a previsão é que o cliente, do governo ou privado, possa ter o acesso direto à própria plataforma, contratando uma espécie de Estaleiro de uso público. “Vamos continuar desenvolvendo softwares para o cliente e os implantando no Estaleiro. Mas sabemos que há uma necessidade de desenvolvedores de fora, que gostariam de usar a plataforma. Uma prefeitura, em uma cidade pequena, que costuma fazer softwares de gestão, no ambiente dela, com riscos e uma equipe não muito especializada, poderá contratar o acesso ao Estaleiro em si e desenvolver, dentro da plataforma, a solução que precisa”, explica Horácio Moreira.
Além do Serpro desenvolver, no Estaleiro, o software para o cliente, ou do cliente escolher desenvolver uma solução dentro da plataforma, o contratante poderá, também, adicionar uma solução dele que já esteja pronta. "Um portal pode ser publicado no Estaleiro. Ou seja, queremos fornecer para fora a mesma infraestrutura que usamos internamente para produzir nossos serviços e produtos", finaliza Ricardo Katz.