Notícia
Segurança da Informação
Blockchain pode ajudar a criar cidades inteligentes e seguras
Evento foi realizado na Sede do Serpro, em Brasília
O Serpro foi palco, na manhã desta quarta-feira, 5 de julho, de mais um Seminário de Segurança da Informação. O evento, o segundo de uma série de atividades que ocorrerão neste ano, focou nas melhorias que o modelo de banco de dados conhecido como blockchain pode trazer para as chamadas smart cities, ou cidades inteligentes. A palestra foi mediada pelo coordenador de Segurança da Informação do Serpro, Ulysses Machado.
O seminário centrou-se em uma palestra sobre o tema, proferida por Jonny Doin, CEO da GridVortex, empresa especializada em soluções digitais urbanas. Jonny começou afirmando a todos os presentes, e aos que o assistiram através de videoconferência, que por mais que se afirme que os dispositivos de controle de uma cidade digital estejam na nuvem de dados, esta nuvem depende de computadores e dispositivos físicos, e que estes estão sujeitos a ataques.
Doin disse que diversos fatores podem representar riscos para as smart cities. Entre eles, estão não apenas os ataques de hackers aos controladores, mas também aos pequenos dispositivos que controlam câmeras de segurança e postes de iluminação, compostos por um hardware simples e facilmente controlável. "Minha tecnologia tem de ser projetada para ser mais resiliente e não ser usada como arma para cyber crimes", disse, citando a possibilidade de, por exemplo, semáforos serem abertos para dar passagem a criminosos em fuga. "A segurança cibernética passa a ser não apenas desejável, mas obrigatória", completou.
Para possibilitar maior segurança aos sistemas das cidades digitais, Doin defende o uso de blockchain, um algoritmo de banco de dados que surgiu com as moedas eletrônicas e que permite, entre outras coisas, rastrear com segurança pacotes de dados com todo o seu histórico de transações entre dois pares – e neste caso específico, entre dispositivos. Segundo Doin, as vantagens do uso do blockchain para controlar esta rede de dispositivos está no fato de o banco de dados não ser alterável, pode conter riscos futuros que venham a surgir e possibilitam uma arquitetura que oferece uma medida de autogestão para os dispositivos que ficarem isolados, em caso de indisponibilidade de controle central.
Sobre as smart cities
Cidade inteligente é uma visão de desenvolvimento urbano que faz uso de tecnologias da informação e comunicação e da "internet das coisas" para gerenciar os ativos de uma zona urbana, como iluminação, trânsito, segurança pública, entre outras. O conceito refere-se tanto às infraestruturas de tecnologia, de pessoas, legais e normativas, e tem atraído prefeituras de locais como Amsterdã, Madri e Estocolmo em busca de solução para problemas diversos, desde mudanças climáticas ao envelhecimento de suas populações.
Sobre o blockchain
Blockchain é um tipo de banco de dados distribuído que guarda um registro de transações permanente e à prova de violação. Surgiu em 2008 com as primeiras criptomoedas. O blockchain elimina o intermediário e a falta de confiança nas transações. Ou seja, usuários podem confiar que suas transações serão executadas exatamente como o protocolo determina, removendo a necessidade de uma terceira parte. Blockchains públicos dão transparência às mudanças, que são visíveis por todas as partes, e todas as transações são imutáveis, isto é, elas não podem ser alteradas ou apagadas. Os blockchains são o objeto de um dos laboratórios de pesquisa do Plano Estratégico de Tecnologia da Informação do Serpro para o período 2017-2022.