Notícia
60 anos
Seis décadas de muita inovação e muitas realizações

Matéria publicada na Revista Tema — Edição 239 - Fev/2025
Criado pela Lei Nº 4.516, de 1º de dezembro de 1964, o Serpro tem acompanhado de perto a evolução tecnológica no Brasil, consolidando-se como a maior empresa pública de TI do mundo. Ao longo de seis décadas, tem sido peça fundamental na transformação digital do Estado. Desde sua fundação, o Serpro tem liderado a modernização da administração pública e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, por meio de soluções tecnológicas que impactam diretamente o cotidiano, como você poderá conferir nesta matéria especial da Revista Tema.
Com uma história marcada por grandes realizações, o Serpro foi pioneiro nas diversas fases da digitalização do país. Nos anos 60 e 70, com os primeiros computadores; na década de 80, com os computadores pessoais; nos anos 80 e 90, com a expansão das comunicações em rede e o surgimento dos celulares; e nos anos 2000, com o advento dos smartphones. Em 2020, a empresa já contava com uma infraestrutura tecnológica robusta, apoiando o governo federal e atendendo tanto ao setor público quanto privado.
O Serpro está presente no dia a dia dos brasileiros, impactando diretamente a vida de todos, desde a CNH impressa até a versão digital na Carteira de Trânsito, no CPF, no CNPJ, na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda, na aceleração da liberação de importações e exportações, na nova Carteira de Identidade Nacional e na Plataforma Gov.Br, que centraliza esses documentos e milhares de serviços públicos, incluindo o acesso ao Sisu para inscrições no ensino superior. E isso é apenas uma parte do impacto da empresa.
A cada solução desenvolvida, o Serpro se consolida como um verdadeiro agente de transformação digital e social, sempre superando os desafios trazidos pela evolução tecnológica. Desde a computação de dados até a inteligência artificial, suas iniciativas são sustentadas por uma rigorosa política de segurança, garantindo a proteção de informações estratégicas.
Alcançar 60 anos de existência é uma conquista notável, especialmente para uma empresa estatal de tecnologia. Essa trajetória foi possível graças à sua notável capacidade de reinvenção. Do tempo em que os computadores eram chamados de "cérebros eletrônicos" à era da inteligência artificial, o Serpro não apenas acompanhou inovações, mas também gerou inúmeras delas. Vamos conhecer um pouco dessa trajetória?
Serpro: impulsionado pelos próximos 60 anos
Década de 60
Criado em 1964, o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) surgiu com a missão de modernizar e agilizar setores estratégicos do governo. Com a crescente industrialização do Brasil em 1965, tornou-se fundamental aprimorar os métodos de arrecadação de tributos, e o Serpro teve um papel decisivo ao firmar os primeiros acordos para prestar serviços ao Imposto de Renda. Sua atuação foi essencial para a criação do sistema de arrecadação, permitindo a expansão dos serviços para outras entidades governamentais. Entre 1966 e 1967, foram instaladas Unidades Regionais de Operação nas sedes das dez regiões fiscais da Secretaria da Receita Federal (SRF) nos estados, descentralizando e ampliando sua atuação. Nos anos seguintes, entre 1968 e 1969, o Serpro implantou os primeiros grandes sistemas nacionais, incluindo o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e o Imposto de Renda Pessoa Física, consolidando sua relevância na administração tributária do país.
Década de 70
Na década de 1970, o Serpro consolidou sua posição como referência em tecnologia da informação na América Latina. Com o maior parque de transcrição de dados da região, a estatal dobrou sua capacidade de processamento ao instalar o computador 360 modelo 65. Em 1970, desenvolveu o Polvo, primeiro sistema online de veículos da América Latina, que deu origem ao Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) e ao Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach). Entre 1971 e 1972, o Serpro realizou a primeira experiência de teleprocessamento no setor público ao conectar computadores entre Brasília, São Paulo e a Sede da empresa, em atendimento à Secretaria de Orçamento do Ministério da Fazenda. Em 1975, lançou a primeira rede de computação do país e iniciou a fabricação de equipamentos no Rio de Janeiro, desenvolvendo os primeiros "concentradores de teclados" e o sistema de transcrição de dados STV 1600.
Nos anos seguintes, o Serpro ampliou sua atuação em diferentes áreas. Em 1977, modernizou as Juntas Comerciais ao reorganizar o Registro Nacional do Comércio e implementou o projeto Ciata, voltado ao aperfeiçoamento técnico-administrativo de municipalidades. Em 1978, foi contratado pela Justiça Eleitoral para totalizar as eleições em Santa Catarina. No ano seguinte, sua sede foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília, permitindo a modernização da rede de teleprocessamento e ampliando a eficiência do Projeto Polvo, consolidado como o maior sistema online de registros de veículos da América Latina.
Década de 80
A atuação do Serpro foi fundamental para a modernização do sistema eleitoral e da administração pública no Brasil. Na década de 1980, a estatal desenvolveu soluções estruturantes para o governo, como o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape). Em 1982, instalou o primeiro microcomputador em um órgão público, na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e inaugurou o sistema Cliente-Servidor, marcando um avanço na informatização governamental. No ano seguinte, lançou o projeto Aruanda, considerado um precursor da internet no país, promovendo a democratização da informação e sendo amplamente utilizado por instituições como o Instituto Nacional da Propriedade Industrial e a Câmara de Comércio Exterior (Cacex). Nessa época, o Serpro já contava com um quadro de 23 mil empregados.
Em 1986, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confiou ao Serpro a missão de recadastrar todos os eleitores brasileiros, um marco na informatização do processo eleitoral. No ano seguinte, no dia 2 de janeiro de 1987, entrou oficialmente no ar o Siafi, consolidando-se como um dos mais importantes sistemas de gestão financeira do governo federal.
Década de 90
A década de 1990 foi um dos períodos mais marcantes da história do Serpro, coincidindo com o surgimento da internet no Brasil. A estatal deixou de atuar apenas no processamento de dados para se tornar uma desenvolvedora de soluções de TI que transformaram a relação entre governo e cidadão. Em 1991, a Declaração do Imposto de Renda, antes preenchida em papel, passou a ser entregue em disquete, modernizando o processo. No ano seguinte, foi criado o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), colocando o Brasil na vanguarda mundial da informatização aduaneira.
A revolução digital seguiu com a criação do ReceitaNet, em 1997, permitindo que os brasileiros enviassem sua declaração do Imposto de Renda pela internet. No ano seguinte, foi implantado o ComprasNet, sistema que trouxe mais transparência às aquisições e contratações do governo federal. Ainda em 1998, o Serpro inaugurou sua sala-cofre, garantindo mais segurança às informações e possibilitando o funcionamento ininterrupto dos centros de processamento de dados. No final da década, a estatal desempenhou um papel essencial na prevenção do Bug do Milênio, protegendo os sistemas nacionais de um possível colapso na virada do ano 2000.
Década de 2000
No início dos anos 2000, o Serpro intensificou seus investimentos em pesquisa e inovação, consolidando-se como um dos principais agentes da transformação digital no Brasil. Em 2000, em parceria com a PGFN e o Banco do Brasil, implementou o Sispagon, o primeiro sistema de pagamentos online do país. No mesmo ano, tornou-se o principal provedor de serviços de internet da administração pública federal. Em 2001, foi credenciado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) como autoridade certificadora do Sistema de Chaves Públicas e instalou seu Centro de Certificação Digital. No ano seguinte, desenvolveu o Sistema Mercante para a Secretaria de Transportes Aquaviários, modernizando a gestão do setor.
A atuação do Serpro também se destacou no campo social. Em 2003, lançou o Programa Serpro de Inclusão Digital e o Programa Serpro de Software Livre, além de desenvolver soluções como a Infovia Brasília, o Passaporte Eletrônico, o Porto sem Papel e o Sigepe (Sistema de Gestão de Pessoas do Governo Federal). Em 2004, em parceria com o Ministério do Planejamento, apresentou à consulta pública os padrões de interoperabilidade do governo federal, no projeto e-Ping. Já em 2006, o Serpro lançou o projeto-piloto da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), um marco na integração da gestão tributária nacional, beneficiando todas as esferas públicas.
Década 2010
Na última década, o Serpro intensificou o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a mobilidade digital e a transformação dos serviços públicos. Em 2012, criou seus primeiros aplicativos móveis, como o Pessoa Física e o Viajantes no Exterior para a Receita Federal, além do Sinesp Cidadão para o Ministério da Justiça, contribuindo para prisões e a recuperação de veículos roubados. Entre 2011 e 2013, inaugurou seus Centros de Comando, garantindo maior segurança e integração nos sistemas governamentais, além de lançar o Porto sem Papel para modernizar a operação portuária no Brasil. Em 2014, iniciou a consolidação do Centro de Informações Serpro (CIS), aprimorando a análise e disponibilização de dados. No mesmo ano, entrou em operação o eSocial, unificando informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Já em 2015, com quase 11 mil empregados, lançou o Portal Empresa Simples, reduzindo para cinco dias o prazo de abertura de empresas, além de lançar novos aplicativos, como o IRPF e um módulo do Sinesp Cidadão para identificação de foragidos. No mesmo ano, colocou no ar o Portal do Empregador Doméstico, facilitando o cumprimento das obrigações da "PEC das Domésticas".
O avanço das soluções digitais seguiu nos anos seguintes. Em 2016, lançou o Sistema de Notificação Eletrônica (SNE) para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), permitindo o pagamento antecipado de multas com desconto. Em 2017, apresentou o Datavalid, API de consulta de informações biométricas e cadastrais, além da Carteira Digital de Trânsito (CDT), trazendo documentos obrigatórios para a tela do celular. No ano seguinte, desenvolveu o Sistema Credencia para a nova Placa Mercosul e um serviço de gestão de margem consignável para servidores públicos e militares. Em 2019, foi responsável pelo lançamento do Gov.br, hub de serviços digitais do governo federal, além do ProID, carteira de identidade profissional digital. No final do ano, entrou no ar a plataforma de créditos de descarbonização (CBIOs), desenvolvida em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), reforçando o compromisso do Serpro com inovação e sustentabilidade.
Década 2020
Nos últimos anos, o Serpro consolidou sua posição como referência em tecnologia da informação para conectar governo e sociedade, ampliando sua atuação no Brasil e no exterior. Em 2020, iniciou seu processo de internacionalização em parceria com a Apex-Brasil e lançou soluções inovadoras, como a plataforma Serpro LGPD para adequação à Lei Geral de Proteção de Dados e o Serpro MultiCloud, um serviço de computação em nuvem de alta performance. No mesmo ano, apresentou o Biovalid, tecnologia que elimina a necessidade de comparecimento presencial para validação de identidade, e teve seus aplicativos Carteira Digital de Trânsito e Pessoa Física premiados no iBest. Em 2021, aprimorou o eSocial, lançou a GovShield para segurança em nuvem e apresentou o SouGov.br, aplicativo que simplificou a gestão de servidores públicos federais. Já em 2022, expandiu sua atuação internacional para 12 países, inaugurou a Loja Serpro Internacional e desenvolveu o Sinter, sistema que integra informações territoriais de imóveis urbanos e rurais. Além disso, lançou o Cidades Gov.br para facilitar o acesso a serviços municipais.
A inovação seguiu acelerada nos anos seguintes. Em 2023, o Serpro desenvolveu três sistemas blockchain para a Receita Federal e lançou a plataforma Mãos à Obra, que monitora obras paradas pelo governo federal. O avanço no mercado internacional resultou em contratos com 21 países. Em novembro, anunciou um investimento de R$ 710 milhões na Nuvem de Governo, infraestrutura 100% nacional para garantir a soberania e segurança de dados públicos. Já em 2024, a plataforma CBIO completou cinco anos como pilar do RenovaBio, assegurando transparência na emissão de créditos de descarbonização. Em agosto, o Serpro lançou o Plenário Virtual para o Carf, permitindo julgamentos híbridos e assíncronos. A empresa também estruturou a Plataforma de Inteligência de Governo, reunindo soluções de mobilidade, inovação e segurança pública, como o Datavalid e o GovShield. Em julho, anunciou que mais de 70% do R$ 1 bilhão previsto para a infraestrutura de nuvem será investido na ampliação de sua capacidade, incorporando inteligência artificial treinada dentro da cultura e linguagem brasileiras.
Uma nova identidade para o futuro
E o futuro? Para marcar seus 60 anos e para refletir as transformações empresariais nessas seis décadas, a estatal federal de TI apresentou uma nova identidade visual e um novo qualificador, que simbolizam também a entrada em um novo ciclo, ainda mais dinâmico e desafiador. "A nova marca representa muito mais do que uma mudança visual. Ela é o reflexo da construção do Serpro ao longo de seis décadas e da empresa que queremos para os próximos 60 anos: ágil, inovadora e comprometida com a transformação e inclusão digitais do Brasil", declara o presidente do Serpro, Alexandre Amorim.
A renovação da marca vai além do aspecto estético, refletindo um reposicionamento estratégico da empresa. "O design da nova marca traduz nossa essência como empresa. Ele resgata o legado do Serpro e o projeta para o futuro, destacando nossa relevância e modernidade", explica Loyanne Salles, superintendente de Comunicação, Marketing e Responsabilidade Social.
Junto com o novo visual, o Serpro passou a adotar um qualificador que sintetiza sua missão e posicionamento: Empresa Nacional de Inteligência em Governo Digital e Tecnologia da Informação. “Essa identificação reforça o protagonismo da empresa no desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor público e privado, em benefício de toda a sociedade brasileira”, avalia Loyanne Salles.
Modernização com volta às origens
A marca traz um design renovado, que combina força e acessibilidade, apresentando traços mais fluidos, com movimento e modernidade. "O logotipo foi inspirado na identidade original criada por Aloísio Magalhães, um dos maiores nomes do design gráfico brasileiro. A tipografia geométrica minimalista reflete clareza e elegância, atributos que reforçam o papel estratégico do Serpro no desenvolvimento de um governo digital mais eficiente, seguro e acessível", detalha Rômulo Geraldino, designer que atuou diretamente na concepção da nova marca.
O processo de criação foi guiado pela ideia de conexão entre passado e futuro, mantendo o DNA do Serpro enquanto incorpora elementos que dialogam com as demandas de um mundo em constante evolução. "A renovação da marca também simboliza um Serpro mais próximo das pessoas, trazendo um visual que transmite tanto força quanto acessibilidade", acrescenta Edno Junior, gerente do Departamento de Design do Serpro.
Nova marca coroa ano com resultados recordes e reconhecimentos
O ano passado foi marcante para o Serpro em função dos expressivos resultados econômico-financeiros e o lançamento da nova marca coroou um 2024 que vai ficar registrado na história da empresa. A estatal ultrapassou um lucro de R$ 670 milhões, o maior da sua história, fruto de uma receita bruta estimada acima de R$ 4 bilhões, representando um crescimento de 22% em relação ao ano anterior. “O Serpro demonstra ser possível gerar resultados sólidos enquanto implementa avanços tecnológicos ao Estado e amplia a cidadania digital no país”, celebra Alexandre Amorim.
O reconhecimento ao Serpro em 2024 veio ainda em forma de premiações e certificações. Um marco de excelência foi a conquista do Selo Prata no Anuário Época Negócio 360º, êxito que aponta a empresa como uma das líderes no cenário nacional, destacando seu compromisso com a inovação e com a gestão empresarial de alto nível. Outro destaque foi a certificação Great Place to Work (GPTW), que comprova a qualidade do ambiente organizacional e fazendo do Serpro a primeira empresa pública de TI do Brasil a receber essa distinção.
A empresa também conquistou o Prêmio ApexBrasil-Exame de Performance Exportadora na categoria de serviços para empresas de médio e grande porte. Este reconhecimento destacou a trajetória de expansão internacional do Serpro, que registrou um crescimento de cerca de 141% nos negócios em relação ao ano anterior, atendendo a mais de 100 clientes em 43 países.
Além disso, a estatal foi agraciada com o The Customer Summit Awards 2024 na categoria "Treinamento e Desenvolvimento". A premiação reconheceu as iniciativas educacionais da empresa voltadas para a disseminação da cultura de Experiência do Cliente (CX), consolidando-a como um diferencial competitivo e elevando os padrões de atendimento e relacionamento com os clientes.
No âmbito da sustentabilidade, o Serpro alcançou o Selo Prata do GHG Protocol, evidenciando seu compromisso com práticas de transparência e responsabilidade em relação às emissões de gases de efeito estufa. Essa conquista reforça o alinhamento da empresa com padrões internacionais de gestão ambiental.
“Esses reconhecimentos refletem o empenho contínuo do Serpro em promover a transformação digital, a excelência no atendimento ao cliente, a sustentabilidade e a inovação, consolidando sua posição de destaque no cenário nacional e internacional", comemora diretora de Negócios Econômico-Fazendários do Serpro, Ariadne Fonseca.
Os próximos 60 anos já começaram...
O ano de 2025 é o ponto de partida para a consolidação da nova identidade da, agora, Empresa Nacional de Inteligência em Governo Digital e Tecnologia da Informação. A estatal federal de TI promete imprimir sua marca nos grandes temas de tecnologia e de governo, dentre eles, inteligência artificial, nuvem, segurança da informação e, ainda, integração, cruzamento e armazenamento de dados nacionais, tudo isso em um contexto de soberania tecnológica e informacional para o Brasil.
“Com uma trajetória marcada por inovação e compromisso com o desenvolvimento do país, o Serpro inicia seus próximos 60 anos com uma identidade renovada, reafirmando seu papel estratégico na construção de um governo digital mais eficiente, seguro e acessível para todos os brasileiros”, conclui o presidente Alexandre Amorim.