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Você já ouviu falar em produção colaborativa?
Tanto tempo usando o micro fez com que as pessoas repensassem a condição de serem destinatários passivos das informações e até mesmo das tecnologias, reivindicando um espaço na construção das novas formas de expressão.
Com isso, surgiu a figura do usuário ultra ativo que cria páginas, produz material diverso, como fotos e vídeos, e ainda altera códigos de programação: o cibercidadão. “Alimentado pelas inúmeras possibilidades de uma rede infinita, as pessoas apropriaram-se da Internet como um espaço público no qual exploram seus benefícios utilizando os serviços disponíveis, mas também gerando inovações”, afirma o sociólogo e professor Sérgio Amadeu. ”E por estar em rede, o cibercidadão troca informações, experiências e institui um processo de produção colaborativa”, conclui Amadeu.
Numa sociedade cada vez mais tomada por blogs, flogs, redes de relacionamento e Software Livre, esta forma de produção é o modelo escolhido pelos usuários das novas tecnologias para promover um acesso universal ao mundo digital. “A atual cidadania está construindo um caminho no qual é sujeita da própria história”, afirma o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni. “Políticas públicas como os telecentros e a adoção de SL são formas importantes de inclusão, pois ampliam o acesso e possibilitam uma contribuição maior e mais plural”, explica.
Compartilhando o conhecimento
Produção
colaborativa pode ser definida como um processo criativo coletivo no
qual a informação não possui caráter único, podendo ser alterada por
todos que tenham contato com ela. Isso resulta numa obra em construção
que sofre constante evolução, podendo ser adaptada para formatos
distintos, de acordo com as características e necessidades dos
usuários. “Ela é a chave para a mudança institucional da nova sociedade
que se constitui”, diz o diretor-presidente do Serpro. “O Software
Livre, os blogs e as enciclopédias colaborativas provam que as
corporações deixaram de ser proprietárias do conhecimento. Atualmente,
as trocas de informação são múltiplas e mais racionais, pois ao
integrar, há um melhor aproveitamento de recursos humanos, financeiros
e naturais”, completa.
“A colaboração instituiu uma nova fase na Internet. Ela respondeu à crise vivida pelos meios culturais desde o fim dos anos 90 e levou voz a camadas da população que nunca tiveram a oportunidade de participar de forma incisiva da vida social”, defende Sérgio Amadeu. “O espaço virtual tornou-se uma área de manifestação social democrática na qual índios conservam e transmitem suas tradições culturais ou quilombolas unem-se reivindicando seus direitos”, exemplifica.
Comunicação Social do Serpro - São Paulo, 25 de fevereiro de 2008